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Mais de 4.200 manifestações globais em resposta ao conflito Israel/Hamas

Foto ROBERTO SCHMIDT / AFP
Foto ROBERTO SCHMIDT / AFP

A ONG Projeto de Dados sobre a Localização e Eventos de Conflitos Armados (ACLED) registou cerca de 4.200 manifestações em todo o mundo relacionadas com o conflito em Gaza, nas primeiras três semanas após o ataque do Hamas a Israel.

De acordo com um levantamento do ACLED, o total de manifestações pró-palestinianas e pró-Israel no período representou 38% de todos as protestos ao nível mundial.

Do total de 4.200 manifestações, cerca de 90% (3.700) foram pró-palestinianas e cerca de 13% (520) pró-Israel. O maior número de protestos foi registado nos EUA e países da região Médio Oriente e norte de África (MENA).

Esta região registou a maior concentração de manifestações, com um total de cerca de 1.400. A maioria das manifestações nestes países muçulmanos ocorreram no Iémen (490), na Turquia (357), no Irão (276) e em Marrocos (267).

Apesar das manifestações nestes países terem sido, na sua esmagadora maioria, pacíficas, foram registados confrontos com as autoridades.

Alguns participantes tentaram invadir a embaixada de Israel durante uma manifestação na Jordânia e no Líbano ocorreram confrontos à porta das embaixadas norte-americana e francesa, bem como dos consulados israelitas na Turquia.

Os EUA contaram com mais de 600 protestos e este é o país com o maior número de contramanifestações (60) pró-Israel e pró-Palestina, refletindo divisões significativas da opinião pública.

Na Alemanha, mais de uma dúzia de manifestações tornaram-se violentas, com vários confrontos entre as autoridades locais e os manifestantes pró-palestinianos.

A violência concentrou-se em Berlim, onde a polícia deteve centenas de participantes ao longo de vários dias de confrontos.

No dia 21 de outubro, assistiu-se a uma participação massiva em Londres, que contou com cerca de 100 mil pessoas, onde se apelou para o fim imediato dos bombardeamentos israelitas na Faixa de Gaza.

Durante a manifestação, a polícia afirmou terem ocorrido alguns episódios de desordem e casos de "discurso de ódio", mas "a maior parte da atividade de protesto decorreu dentro da lei e sem incidentes".

No dia 26 de outubro, a Assembleia Geral da ONU votou numa resolução que apela a uma "trégua humanitária imediata, duradoura e sustentada" entre as forças israelitas e os militantes do Hamas em Gaza.

Recentemente, no dia 04 de novembro, dezenas de milhares de pessoas saíram às ruas em cidades de todo o mundo para exigirem o cessar-fogo imediato em Gaza, incluindo na capital norte-americana, Washington e em Paris.

No dia 06 de novembro, um homem de origem judaica, com 69 anos, morreu na sequência de um traumatismo craniano, causado durante confrontos em manifestações pró-palestinianas, em Los Angeles.

A 07 de outubro, o Hamas lançou um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, fazendo mais de 1.400 mortos e mais de duas centenas e meia de reféns.

Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e é classificado como terrorista pela União Europeia (UE) e pelos Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas do grupo em Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.

Além das mortes, a ofensiva israelita no enclave provocou mais de 26.000 feridos e 2.450 desaparecidos, na maioria civis.