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Madeira

“Basta ter uma vagina mesmo”

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Foto Miguel Espada/ Aspress

Depois de um arranque suave e sensual, virado para artes plásticas e performativas, a segunda conversa da tarde fez aquecer os ânimos, ao juntar duas mulheres (e coincidentemente duas advogadas) em palco, no Nini Andrade Centre.

Arte quer-se provocadora

A primeira conversa improvável juntou a técnica de turismo e empresária, Patrícia Gomes – mais conhecida como instrutora de danças de varão e de cabaret, sob a sua marca ‘Madeira Creative Activities’ – e o economista e empresário, Rui Sá, que é também o ‘pai’ do Museu de Arte Moderna da Madeira (MAMA).

À socialista Sancha Campanella e à centrista Sara Madalena foi lançado o desafio de fazer um estado da arte das respectivas lideranças partidárias.

Sancha foi mais contida e manteve-se independente, Sara mais acutilante, responde com uma pergunta: “Ainda existe liderança [no CDS]?”

Depressa a conversa derivou para o papel das mulheres na política. Sara Madalena recorda que, nas suas primeiras andanças, era vista como “uma barbie loira, de saltos altos, com um BMW da Ponta do Sol”. Despercebido passava o órgão feminino mais relevante: “pasme-se descobriram que tinha cérebro!”, comenta com ironia.

Sancha Campanella alvitra que do mesmo ‘mal’ padece “qualquer mulher que se mostre bem apresentada, maquiada, …”.

A resposta de Sara Madalena veio pronta: “No meu partido basta ter uma vagina mesmo”. Condição ‘sine qua non’ para ser discriminado na vida política.

“As mulheres têm de ter os mesmos direitos e ainda hoje sentimos essa discriminação. Hoje em dia nós temos o direito, mas falta-nos a efectivação desse direito”, resume Sancha Campanella, pese embora diga manter “muita esperança na política”.