Boa noite!

As quotas de mercado na Madeira, reclamadas à vez por empresas que disputam o mesmo nicho, merecem ser estudadas a sério para que, definitivamente, uns não vendam gato por lebre e outros não se sintam legitimados a imitá-los.

Ainda hoje ouvimos o CEO da Altice a jurar a pés juntos que a MEO detém a maioria absoluta do mercado regional. Tinha Miguel Albuquerque por perto, mas se a dita fatia for idêntica à conquistada pelo presidente do governo nas últimas eleições, vai precisar de suplemento. Ao garantir que tem quota “superior a 50%”, Nuno Nunes estaria a generalizar, incluindo toda a clientela, ou a referir-se apenas ao universo empresarial? 

Importa ainda precisar se a quota reclamada decorre de algum serviço específico ou se é alusiva aos tradicionais pacotes que combinam Internet, televisão por cabo, telefone fixo e móvel.  Não é por nada e o alto quadro da líder nacional em vários items das telecomunicações até pode ter razão. O problema é que na era da desinformação acrescida, mais do que ser convincente, convém ser transparente, uma missão que é claramente acrescida para quem se assume como líder de mercado, logo, com responsabilidade redobrada em matérias sensíveis.

Várias vezes temos ouvido imensas marcas a assumir posição dominante num mercado tão exíguo como o madeirense, em que pela soma das partes, que excedem a conta certa dos 100% em larga escala, se percebe facilmente que falta critério, rigor e certeza a quem embandeira em arco, e que alguns números ditados ao sabor do vento em áreas tão distintas e nem sempre monitorizadas e com estatísticas disponíveis em tempo real, apenas servem para tentar gerar impacto e atractividade.

Porque as meias verdades estão na moda no que toca a quotas de mercado, sejam elas baseadas nas quantidades ou no número de clientes, nas receitas ou na capacidade instalada, é  recomendável prescindir da subjectividade sempre que há dados inquestionáveis que sustentam convicções e aperfeiçoar a narrativa sempre que os números mais eloquentes são parciais e não reflectem o todo.