O Governo brasileiro anunciou hoje uma linha de crédito de cerca de 330 milhões de reais para financiar projetos que incentivem a população a resistir à seca na região mais árida do país.

Trata-se do "Sertão Vivo", uma referência ao Sertão, a vasta região geográfica semi-árida localizada no nordeste do Brasil, que oferecerá créditos não reembolsáveis com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social (Bndes, o banco de desenvolvimento do Governo) e do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) das Nações Unidas.

O objetivo da iniciativa é apoiar projetos no nordeste que promovam o aumento da capacidade da população de resistir à seca, armazenar água e aumentar a produção em uma região semi-árida, disse o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva na cerimónia de lançamento do projeto.

O projeto beneficiará cerca de 430.000 famílias de agricultores familiares, indígenas, descendentes de escravos negros e beneficiários da reforma agrária, acrescentou Lula da Silva na primeira cerimónia oficial com o público após a sua cirurgia de 29 de setembro para implantar uma prótese da anca.

Nesse sentido, o presidente do Bndes, Aloizio Mercadante, afirmou que a iniciativa funcionará como um centro de pesquisa estratégico diante dos novos cenários gerados por eventos climáticos extremos.

De acordo com Mercadante, a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura poderá utilizar os resultados do projeto para adaptá-los a outras regiões, como a África.