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Presidente do Banco Mundial alerta para consequências graves da guerra

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O presidente do Banco Mundial, Ajay Banga, advertiu hoje que a guerra entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas corre o risco de ter consequências económicas graves.

"Penso que o que está a acontecer em Israel e em Gaza (...) terá um impacto grave no desenvolvimento económico", afirmou Banga, durante uma conferência de investidores em Riade, na Arábia Saudita.

"Penso que estamos num momento muito perigoso", disse, citado pela agência francesa AFP.

Comandos do Hamas realizaram um ataque sem precedentes em Israel em 07 de outubro, a que se seguiu a retaliação israelita com o cerco total da Faixa de Gaza e bombardeamentos constantes contra o território.

As autoridades israelitas dissertam que os ataques do Hamas mataram mais de 1.400 pessoas e que o grupo palestiniano raptou 220 israelitas e estrangeiros, que mantém como reféns na Faixa de Gaza.

O Hamas, que governa Gaza desde 2007, disse que os bombardeamentos israelitas mataram mais de cinco mil pessoas, incluindo mais de duas mil crianças.

Israel, Estados Unidos e União Europeia consideram o Hamas como uma organização terrorista.

Na abertura da conferência anual da Iniciativa de Investimento no Futuro, o presidente do Banco Mundial referiu o impacto na economia e no desenvolvimento mundiais das "mudanças geopolíticas dos últimos quatro anos".

Banga apelou para "esforços conjuntos de todos" os atores internacionais para limitar o impacto negativo dessas mudanças.

Lamentou que "à pandemia [de covid-19] se tenha seguido a guerra entre a Ucrânia e a Rússia, e agora a guerra entre Israel e Gaza".

"A economia mundial precisa de esforços" para recuperar, afirmou, citado pela agência espanhola EFE.

Considerou ainda que os "riscos geopolíticos em alguns países" são um obstáculo ao investimento do setor privado e "vão ter impacto na energia e nas cadeias de abastecimento".

"Seria difícil investir num projeto a 10 ou 15 anos no meio de uma incerteza política ou geopolítica", disse aos participantes no fórum, muitas vezes referido como "Davos do deserto", numa referência à reunião realizada na Suíça.

Mais de seis mil delegados de 90 países participam no fórum de três dias, incluindo dirigentes dos principais bancos e empresas mundiais, e os presidentes da Coreia do Sul, do Quénia e do Ruanda, segundo os organizadores.