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Explosão de hospital provavelmente causada por míssil disparado de Gaza

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Foto AFP

O primeiro-ministro britânico avançou hoje que uma análise realizada por especialistas britânicos da explosão no hospital Al-Ahli, em Gaza, concluiu que esta foi provavelmente causada por um míssil "lançado de dentro de Gaza em direção a Israel".

"Com base no conhecimento profundo e na análise dos nossos especialistas em armamento e serviços secretos, o Governo britânico considera que a explosão foi provavelmente causada por um míssil - ou parte de um míssil - lançado de Gaza em direção a Israel", adiantou Rishi Sunak, numa declaração no parlamento.

A conclusão coincide com as avaliações de responsáveis norte-americanos e franceses sobre a causa da explosão no hospital Al-Ahli, ocorrida na passada terça-feira.

As autoridades da Faixa de Gaza, enclave palestiniano controlado pelo grupo islamita Hamas desde 2007, atribuíram a explosão a um ataque aéreo israelita, informando também que quase 500 pessoas tinham morrido.

Um relatório dos serviços secretos norte-americanos estima que terão morrido entre 100 e 300 pessoas na explosão.

O exército israelita rejeitou as acusações do Hamas e afirmou que a explosão no hospital foi provocada pelo lançamento falhado de 'rockets' por combatentes do grupo palestiniano Jihad Islâmica, que negou qualquer envolvimento.

A estação pública britânica BBC foi criticada por ter avançado com a notícia com base na versão do Hamas, cuja autenticidade foi rapidamente questionada.

"A informação incorreta deste incidente teve um efeito negativo na região - incluindo num esforço diplomático crucial dos Estados Unidos - e nas tensões aqui no país. Temos de aprender a lição e garantir que, no futuro, não haja precipitação", vincou o primeiro-ministro.

Sunak, que se deslocou na semana passada a Israel e a outros países vizinhos, afirmou aos deputados britânicos que o Reino Unido apoia Israel na sua guerra contra o Hamas, mas que também trabalhará para garantir que "um fluxo constante de ajuda" chegue aos civis "que estão a sofrer muito" em Gaza.

Nesse sentido, anunciou um pacote adicional de 20 milhões de libras (cerca de 23 milhões de euros) em ajuda humanitária britânica para Gaza, para providenciar alimentos, água, cuidados de saúde e abrigo.

O grupo islamita do Hamas lançou em 07 de outubro um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, fazendo mais de duas centenas de reféns.

Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que é classificado como terrorista pela União Europeia (UE) e Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas do grupo na Faixa de Gaza. Também impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.

Um terceiro comboio de ajuda humanitária entrou hoje na Faixa de Gaza pela fronteira com o Egito. O primeiro carregamento de ajuda, transportada em 20 camiões, entrou na Faixa de Gaza no sábado, a que se seguiu um segundo comboio de 15 camiões no domingo.

A passagem de Rafah, que liga a Península do Sinai à Faixa de Gaza, é a única via de acesso ao território governado pelo grupo islamita Hamas não controlada por Israel.

O conflito em curso já provocou milhares de mortos e feridos, entre militares e civis, nos dois territórios.