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Cumpra-se o Marítimo!!

A pedido de muitas (ou poucas, para o caso pouco importa) famílias, menos de 2 anos depois de ser eleita, a Direcção do CS Marítimo caiu e o Clube vai entrar num novo processo eleitoral, que dependendo das circunstâncias, poderá ser apenas para a Direcção, e para completar o mandato em curso, ou para todos os órgãos sociais e para um mandato de 4 anos.

Desenganem-se os que julgam que estas linhas se destinam a apontar causas ou responsabilidades, a tomar partido por A. ou por B., a criticar uns – absurdos/caducos – Estatutos que permitem (sucessivos) pedidos de destituição sem necessidade de invocação de justa causa, ou a recordar que os sócios são (sempre) os principais responsáveis pelo que, de bom, ou de mau, suceda ao Clube.

Na verdade, como sócio n.º 19707 do Marítimo, e pai de um atleta que ajudou o Clube a conquistar um – inédito – título de Campeão Nacional, o que espero é que, com esta demissão/eleição, se deixe, de uma vez por todas, de discutir pessoas e facções, o passado e o presente, e se comece, finalmente, a discutir e pensar o Clube e o futuro do mesmo!!

Com efeito, independentemente de quem seja o Presidente do Clube, a realidade é que, actualmente este não está preparado, em termos estruturais, organizativos, desportivos e financeiros, para fazer face aos desafios e exigências do futebol/desporto moderno.

Sendo certo não basta dizer que se é “de primeira” para o ser…

Assim sendo, mais do que saber quem são os membros da Direcção, importa conhecer o – profundo e extenso – plano de reestruturação do Clube que os mesmos defendem e pretendem implementar. Até porque, quem disser que nada de essencial há a mudar, ou que está (ou estava) tudo bem, não sabe, de todo, ao que vai.

Para além do mais, e porque os modelos de Presidência Unipessoal e/ou do Presidente/Gestor em regime de carolice se encontram totalmente esgotados, mais do saber quem será o Presidente da Direcção, importa perceber quem será o (se apenas um) Administrador Executivo da SAD em regime de exclusividade e a tempo inteiro (que, actualmente, e em violação da lei, não existe), ou seja, o profissional responsável pela gestão do universo empresarial que o Clube é actualmente.

Por último, e porque se dispensa por completo um Presidente/Treinador/Agente, também é fundamental saber quem será o Director do Futebol e definir, claramente, quais serão as funções e competências do mesmo, bem como a estratégia de gestão desportiva do plantel e da formação que caberá ao mesmo implementar.

Tudo isto sendo certo que, ter sido jogador ou treinador do Marítimo, ou ser Maritimista desde pequenino, não é, necessariamente, garantia de competência, nem condição essencial para o desempenho destes cargos de gestão.

Neste sentido, e para evitarem equívocos e poderem escolher em consciência, os Sócios do Marítimo devem colocar as (e obter respostas às) questões que realmente interessam, não se deixando envolver em (ou manietar por) estados de espírito, fundamentalismos clubísticos, disputas e inimizades pessoais, ou desejos de vingança.

E precisam de compreender/interiorizar que o Marítimo tem – claramente – potencial e condições para ser o 4.º/5.º “grande” de Portugal, nomeadamente, desde que consiga fazer a transição para uma organização/gestão profissionalizada e para uma gestão financeira rigorosa e moderna, assentes em pessoas escolhidas com base no mérito e na competência, com capacidade de liderança e para fazer reformas, e que sejam alheias a interesses/disputas pessoais.

Vamos (todos) cumprir o Marítimo!!