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Egito, Turquia e Liga Árabe condenam ataque contra hospital em Gaza

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Egito, Turquia e Liga Árabe condenaram hoje o alegado ataque aéreo israelita a um hospital, que de acordo com o movimento Hamas provocou 500 mortos, enquanto o presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, decretou três dias de luto.

Abbas, cuja autoridade foi retirada da Faixa de Gaza pelo movimento islamita Hamas em 2007, condenou o massacre e decretou um luto de três dias, a ser "observado em toda a Palestina pelas vítimas do brutal ataque aéreo israelita ao hospital al-Ahli em Gaza", de acordo com a agência de notícias oficial palestiniana Wafa.

Através de um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros, o Egito acusou hoje Israel de bombardear deliberadamente o hospital al-Ahli.

O governo egípcio realçou que o bombardeamento "causou a morte de centenas de pessoas inocentes", considerando "uma violação grave das disposições do direito internacional e humanitário", bem como "os valores mais básicos da humanidade".

Na nota, apelou a Israel para "acabar imediatamente com as suas políticas de punição coletiva contra o povo de Gaza" e instou toda a comunidade internacional, "especialmente os países influentes, a intervir para pôr fim a estas violações".

A diplomacia egípcia pediu também aos países que exijam que Israel deixe de atacar as proximidades da passagem fronteiriça de Rafah, para permitir que o Egito e outros países recebam ajuda internacional e permitam a sua entrada o mais rapidamente possível.

O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, reagiu ao ataque pedindo "o fim desta violência sem precedentes em Gaza".

"Apelo a toda a humanidade para que aja para pôr fim a esta brutalidade sem precedentes em Gaza", frisou Erdogan na rede social X (antigo Twitter).

O Omã, um dos países mais neutros e principal mediador de conflitos no Médio Oriente, acusou Israel de cometer "um crime de guerra e um genocídio" ao bombardeado o hospital.

Num comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Omã condenou o ataque "das forças de ocupação israelitas" contra instalações hospitalares e acrescentou que esta ação "representa um crime de guerra e genocídio", bem como "uma violação do direito humanitário internacional, da ética e das convenções internacionais".

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Jordânia condenou o ataque mortal contra o hospital, acusando Israel do "grave acontecimento".

Também o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Qatar condenou o massacre contra "civis indefesos", considerando o ataque ao hospital "um crime de ódio (...) e uma grave violação (...) do direito internacional".

O secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Aboul Gheit, apelou, por sua vez, "ao Ocidente para acabar imediatamente com a tragédia" em Gaza, considerando o novo ataque fruto de um "espírito maligno".

"Que mente infernal ataca um hospital que alberga deliberadamente pessoas desarmadas? As nossas ferramentas árabes documentam crimes de guerra e aqueles que cometeram estes crimes não ficarão impunes. O Ocidente tem de parar esta tragédia imediatamente", frisou o responsável, na rede social X.

Também o líder da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, condenou o alegado ataque israelita que atingiu um hospital na Faixa de Gaza e exigiu proteção imediata para civis e instalações de saúde.

"A OMS condena veementemente o ataque ao hospital árabe Al Ahli", referiu, no X.

Já o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, qualificou de inaceitável e contrário às leis internacionais o ataque contra o hospital, em declarações aos jornalistas no Parlamento canadiano.

A porta-voz do Pentágono, Sabrina Singh, evitou comentar sobre o alegado bombardeamento israelita, referindo, numa conferência de imprensa, que não podia, para já, abordar o assunto por não saber "quem são os responsáveis" e "todos os detalhes" do sucedido.

A porta-voz do Departamento de Defesa dos EUA expressou confiança de que Israel está a cumprir o direito internacional na guerra com o grupo islamita Hamas e prometeu toda a ajuda necessária dos EUA.

O Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, dirigido pelo movimento Hamas, disse hoje que pelo menos 500 pessoas foram mortas num ataque aéreo israelita a um hospital onde se encontravam civis feridos e em busca de abrigo.

Este ataque ao hospital Al-Ahli na Cidade de Gaza, e caso seja confirmado, será o mais mortífero bombardeamento aéreo israelita nas cinco guerras que foram travadas desde 2008. Entretanto, o Exército israelita já recusou a autoria do ataque, atribuindo-o à organização palestiniana Jihad Islâmica.

As imagens divulgadas do hospital Al-Ahli mostravam um enorme incêndio rodeando as fachadas do edifício, vidros estilhaçados e corpos, muitos deles desmembrados, espalhados por toda a zona. O ministério referiu que pelo menos 500 pessoas foram mortas.

Na Faixa de Gaza, e o conflito entre o Estado judaico e as milícias do enclave iniciado em 07 de outubro já provocou pelo menos 3.000 mortos entre a população palestiniana, segundo dados do ministério da Saúde, que se refere a mais de 12.500 feridos.

Na Cisjordânia ocupada, as forças israelitas já mataram pelo menos 50 palestinianos, para além de centenas de feridos e pelo menos 200 detenções.

O ataque surpresa do Hamas em 07 de outubro terá provocado em Israel mais de 1.400 mortos, na maioria civis.