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Educação de adultos ajudou 22% dos estudantes a ter novo emprego mas poucos adultos estudam

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Mais de um em cada cinco dos adultos que participaram em educação formal em 2022 reconheceram que os estudos tiveram impacto em arranjar emprego, segundo um inquérito do INE, que indica que esta formação abrange apenas 12,6% dos adultos.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou hoje os resultados do Inquérito à Educação e Formação de Adultos (IEFA) 2022, que faz um retrato da população portuguesa entre os 18 e os 69 anos em matéria de educação, formação e aprendizagem.

Os números mostram uma baixa participação em atividades de educação formal e informal (12,6% e 39,4%, respetivamente), mas apontam as vantagens percecionadas pelos adultos que decidiram voltar a estudar.

Quase metade das pessoas (48%) que optaram pela formação formal disseram estar genericamente mais satisfeitas, lê-se no inquérito hoje publicado, que explica que a grande maioria esteve num curso superior (69,3%) mas também houve quem voltasse para os bancos de uma escola secundária ou um curso pós-secundário.

Para 22,1% dos "alunos", a formação teve impacto no momento de arranjar um novo emprego e outros 17,2% referiram que a participação permitiu melhorar o desempenho no local de trabalho, acrescenta o IEFA.

O inquérito indica, por outro lado, que 29,8% das pessoas ainda não tinham sentido qualquer impacto da sua participação em educação formal.

Entre as principais razões para participar em atividades de educação formal, os estudantes apontaram a vontade de adquirir conhecimentos úteis para o dia-a-dia ou numa temática de interesse, mas também a vontade de melhorar as perspetivas de carreira (60,3%) e aumentar a possibilidade de conseguir um emprego ou mudar de emprego (59,2%).

Mais de metade dos que realizaram uma atividade de educação formal explicaram que o seu objetivo era obter um certificado ou diploma (58,6%).

Além destes, houve 39,4% de adultos que, no ano passado, decidiram realizar uma atividade de educação não formal, ou seja, fazer formação ou instrução acompanhada no local de trabalho, 'workshops' ou seminários, mas também aulas privadas ou particulares.

Entre estes, a maioria admitiu ter conseguido melhores desempenhos no trabalho (56,7%), seguindo-se aqueles que apontaram razões pessoais (38,7%) ou o facto de terem novas responsabilidades no trabalho (11,7%) para decidir voltar a estudar.

Nestes casos, a proporção de pessoas que ainda não tinham sentido qualquer impacto da participação em educação não formal foi de 15,4%.

O inquérito tentou também perceber quais as principais barreiras à participação em atividades de educação formal ou não formal, tendo me conta que quase metade (49,2%) da população não participou em qualquer atividade de educação e formação.

Uma em cada três (31,8%) admitiu que não queriam participar em ações de educação e formação, sendo que 17,5% disseram que queriam ter participado mas não o conseguiram fazer.

O estudo indica ainda que uma em cada quatro pessoas (24,2%) das que realizaram ações de educação ou formação queriam participar em mais atividades mas não conseguiram.

O estudo soma ainda as pessoas que não participaram em qualquer atividade de educação e formação porque não quiseram e as que participaram, mas não quiseram participar mais, para concluir que representaram metade (50,2%) da população entre os 18 aos 69 anos.

A principal razão apontada para a não participação em (mais) atividades de educação e formação foi o facto de considerarem que os seus estudos ou formação já eram suficientes (66,5%).

Entre os principais obstáculos de quem queria estudar mas não conseguiu, surgem os horários (40,7%), as responsabilidades familiares (22,8%) e os custos elevados (22,3%).