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Governo de Israel nega cessar-fogo para saída de estrangeiros da Faixa de Gaza

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Israel negou hoje a existência de um cessar-fogo com o Hamas no sul da Faixa de Gaza para a entrada de ajuda humanitária e a saída de estrangeiros pela fronteira com o Egito.

"Não há cessar-fogo e não há entrada de ajuda humanitária em Gaza em troca da saída de estrangeiros", afirmou o gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu num curto comunicado citado pela agência francesa AFP.

A situação permanecia confusa esta manhã no posto fronteiriço de Rafah, que liga o sul da Faixa de Gaza à península egípcia do Sinai, onde centenas de pessoas aguardavam a abertura dos portões.

Os Estados Unidos tinham anunciado que Rafah seria aberta hoje de manhã para permitir a saída de estrangeiros retidos na Faixa de Gaza pela guerra entre o grupo islamita Hamas e Israel.

As autoridades do Cairo disseram que a abertura só ocorreria se fosse permitida a entrada de ajuda humanitária, numa operação que estaria a ser coordenada com a ONU.

Segundo testemunhas do lado egípcio, os comboios de ajuda ainda não tinham deixado hoje a cidade de Al-Arich, cerca de 40 quilómetros a leste de Rafah.

Fontes da segurança egípcia disseram hoje à agência EFE que a passagem seria aberta, mas que se desconhecida ainda a hora.

"A passagem vai ser aberta hoje, mas não há confirmação da hora", disseram as fontes, que pediram para não serem identificadas devido à sensibilidade do assunto, que tem estado a ser negociado com os Estados Unidos.

O exército israelita tem bombardeado Gaza desde que comandos do Hamas mataram mais de 1.400 pessoas durante numa incursão sem precedentes em Israel em 07 de outubro.

Israel declarou guerra ao Hamas e concentrou tropas e armamento junto à fronteira para um eventual ataque terrestre que disse ser destinado a eliminar o grupo islamita.

O Hamas é considerado um grupo terrorista por Israel, Estados Unidos, União Europeia e Reino Unido.

Numa antecipação do ataque, Israel aconselhou os residentes no norte da Faixa de Gaza a fugirem para o sul, tendo dado inicialmente um prazo de 24 horas, que foi sendo alargado após críticas da comunidade internacional, incluindo a ONU.

Em causa está a movimentação de 1,1 milhões de pessoas, cerca de metade da população da Faixa de Gaza.

Já hoje, o porta-voz do exército israelita para a imprensa árabe, Avichay Adraee, anunciou nas redes sociais uma trégua nos bombardeamentos nas zonas demarcadas para a fuga da população do norte para o sul.

As forças israelitas "abster-se-ão de atacar os eixos demarcados entre as 08:00 [locais, 06:00 em Lisboa] e as 12:00 [10:00]", declarou o porta-voz, fazendo acompanhar o anúncio com um mapa a indicar o corredor em causa.

"Para vossa própria segurança, aproveitem este curto espaço de tempo para se deslocarem do norte e da cidade de Gaza para o sul", acrescentou, citado pela agência francesa AFP.

O Hamas disse hoje que os bombardeamentos israelitas provocaram cerca de 2.750 mortos e mais de 9.700 feridos na Faixa de Gaza.

A ONU calcula que a guerra entre Israel e o Hamas já tenha provocado mais de um milhão de deslocados na Faixa de Gaza desde 07 de outubro.

As autoridades israelitas anunciaram hoje também a evacuação de 28 povoações ao longo da fronteira com o Líbano, no norte do país.

A decisão seguiu-se à morte de cinco pessoas por disparos provenientes do Líbano atribuídos à milícia xiita libanesa Hezbollah, apoiada pelo Irão.