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Letónia e Estónia abandonam fórum económico China-Europa Central

A China sonha com "Uma Faixa, Uma Rota"...  Foto DR
A China sonha com "Uma Faixa, Uma Rota"...  Foto DR

A Letónia e Estónia anunciaram que vão abandonar um fórum apoiado pela China com o objetivo de reforçar as relações com os países do Leste Europeu, num novo revés para a diplomacia chinesa.

"Em vista das atuais prioridades da política externa e comercial da Letónia, a Letónia decidiu cessar sua participação no quadro de cooperação dos países da Europa Central e Oriental e a China", disse num comunicado o Ministério dos Negócios Estrangeiros letão.

O país "continuará a lutar por relações construtivas e pragmáticas com a China tanto bilateralmente, bem como através da cooperação [União Europeia] UE-China baseada no benefício mútuo, respeito pelo direito internacional, direitos humanos e ordem internacional baseada em regras", sublinha-se no comunicado divulgado na quinta-feira.

A Estónia emitiu uma declaração semelhante, dizendo que "continuaria a trabalhar em prol de relações construtivas e pragmáticas com a China, o que inclui o avanço das relações UE-China de acordo com a ordem internacional baseada em regras e valores como os direitos humanos".

O país báltico sublinhou num comunicado que, embora se tenha juntado ao fórum em 2012, "não participou em nenhuma das reuniões do formato após a cimeira de fevereiro passado".

A China criou o fórum para fortalecer as relações com os membros da UE, bem como com a Sérvia e outros países europeus, em parte para promover "Uma Faixa, Uma Rota", a iniciativa emblemática do Presidente chinês, Xi Jinping, para construir pontes, ferrovias, usinas de energia e outras infraestruturas em todo o mundo.

A China originalmente denominou o fórum como "17+1", mas o número de parceiros europeus agora caiu para 14.

O primeiro país a abandonar o fórum, em maio de 2021, foi a Lituânia, meses antes das autoridades do país europeu terem permitido a abertura de um "Escritório de Representação de Taiwan" em Vílnius, o que provocou a fúria de Pequim.

Em 30 de junho, o Presidente da Letónia, Egils Levits, alertou que a China está atenta à evolução da guerra na Ucrânia e poderá fazer "algo semelhante" no Indo-Pacífico.

À margem de uma cimeira da NATO, Levits recordou que os líderes dos 30 países que integram a organização declararam a China como uma ameaça no novo conceito estratégico da organização.

Deputados da Letónia, Lituânia e Estónia participaram em novembro de 2021 num fórum parlamentar organizado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros de Taiwan e reuniram-se com a Presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen.