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Polícia francesa encontra "impressionante" arsenal de armas

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As autoridades francesas anunciaram ontem a apreensão de um arsenal com uma quantidade "impressionante" de armas, incluindo de guerra, e uma tonelada de munições, numa operação que levou à detenção de quatro membros de movimentos extrema-direita.

Os quatro suspeitos, todos levados para prisão preventiva no final da operação esta terça-feira, embora dois tenham depois sido colocados apenas sob vigilância, foram indiciados por tráfico de armas, revelou hoje numa conferência de imprensa a procuradora de Mulhouse (no nordeste de França), Edwige Roux-Morizot, e enfrentam uma pena de até 10 anos de prisão.

Uma quinta pessoa, inicialmente visada na investigação e operação levada a cabo para desmontar esta rede, foi deixada em liberdade.

Os quatro homens foram detidos nas suas casas em Sierentz, Brinckheim, Richwiller e Mooslargue (nordeste) durante a operação que mobilizou cerca de 200 agentes da polícia.

Foi necessário "proteger as imediações" porque os suspeitos estavam presumivelmente "fortemente armados" e "treinados para disparar", disse o coronel Alexandre Jeaunaux, comandante do agrupamento policial do departamento francês do Alto Reno.

No total, foram apreendidas 18 armas legais e 23 ilegais, bem como 167 carregadores, incluindo 72 de Kalashnikov (armas de assalto), detalhou o tenente-coronel Yann Wanson, vice-comandante da secção de investigação de Estrasburgo.

As quantidades de munições são "tão grandes que falamos mais em termos de peso", salientou Wanson, adiantando que foram apreendidos "pelo menos 120.000 munições de todos os calibres, muitas destinadas a armas de guerra", num peso total superior a uma tonelada.

Os suspeitos, com idades compreendidas entre os 45 e os 53 anos, apresentavam os perfis banais de pessoas "inseridas" numa comunidade, resumiu a procuradora de Mulhouse (no nordeste de França),

No entanto, revelou Edwige Roux-Morizot, pertencem a um grupo neonazi, constatação que foi reforçada pela "importante literatura" negacionista e antissemita encontrada nas casas dos suspeitos, que exibem também no seu interior vários objetos nazis.

"Foi o risco de os ver passar à ação que exigiu" a rápida intervenção, acrescentou a procuradora.