Madeira

"Há correcções que têm de ser feitas" na Zona Velha do Funchal

Pedro Calado deixou ontem aviso à navegação. "Temos de ter tempo para descansar e respeitar quem mora" no núcleo histórico da capital madeirense

Foto Rui Silva/ASPRESS
Foto Rui Silva/ASPRESS

A história repete-se vezes sem conta. Os moradores da Zona Velha queixam-se do ruído nocturno provocado, essencialmente, pela música que se reparte em cada uma das fachadas exteriores das dezenas de bares existentes na Rua de Santa Maria.

Ao barulho amplificado pelas colunas de som juntam-se as vozes de centenas que se reúnem habitualmente, aos fins-de-semana, no centro histórico da capital madeirense, pelo menos até às 2 horas da manhã.

Confrontado com esta situação, o presidente da Câmara Municipal do Funchal, Pedro Calado, admitiu ontem que "há correcções que têm de ser feitas" e que "temos de ter tempo para descansar e respeitar quem mora" na Zona Velha.

Já o dissemos e fazemos questão de o afirmar: temos de ter tempo para tudo. Tempo para dinamização do comércio, tempo para nos divertirmos, tempo para estarmos com amigos e tempo para descansar e respeitar quem mora na Zona Velha da cidade. Pedro Calado, presidente da Câmara Municipal do Funchal

À margem da assinatura de um protocolo com a Associação Aleste, o autarca garantiu que está a "trabalhar em articulação" com empresários e moradores, mas sempre admitiu que "é impossível" dinamizar a cidade "trazendo pessoas para o Funchal" e "depois criar anticorpos" com quem decide provocar ruído "até às 4 ou 5 da manhã". O que é que acaba por acontecer? "Ninguém consegue dormir", observou Pedro Calado.

Estamos a tomar todas as diligências legais que são necessárias. Há correcções que têm de ser feitas ao regulamento e isso há-de ser feito em devido tempo.  Pedro Calado, presidente da Câmara Municipal do Funchal

Para que se procedam a eventuais alterações - que poderiam passar, por exemplo, pelo encerramento de todo o comércio à 1 hora da madrugada - o Município já procede ao "levantamento exaustivo do número de estabelecimentos e as condições em que operam".

"Vamos fazer aquilo que a cidade do Funchal nos pede, que é termos uma cidade civilizada, atendendo à natureza dos investimentos que nós temos. Queremos privilegiar os investimentos e os comerciantes, queremos privilegiar a juventude e as pessoas que gostam também de sair à noite, de ir ao seu restaurante, de ir ao seu bar, mas também queremos privilegiar aqueles que optaram por viver e bem no centro do Funchal" com "conforto e segurança", reforçou Pedro Calado.