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Desemprego atinge 14,4 milhões de pessoas no Brasil

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A taxa de desemprego no Brasil recuou para 14,1% no segundo trimestre deste ano, uma redução de 0,6 pontos percentuais face ao primeiro trimestre, mas o país ainda soma 14,4 milhões de pessoas à procura de trabalho.

Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) e indicam que o nível de pessoas a trabalhar subiu 1,2 ponto percentual para 49,6%, o que mostra, contudo, que menos da metade da população em idade para trabalhar está ocupada no país.

Adriana Beringuy, analista do IBGE, frisou que o crescimento da ocupação ocorreu em várias formas de trabalho: até agora tinha-se observado aumentos no trabalho por conta própria e no emprego sem contrato de trabalho, mas pouca movimentação do emprego formal.

"No segundo trimestre, porém, houve um movimento positivo, com crescimento de 618 mil pessoas a mais no contingente de empregados com carteira", explicou a analista do IBGE.

Outro destaque foi o trabalho por conta própria, que atingiu o patamar recorde de 24,8 milhões de pessoas, um crescimento de 4,2% face ao trimestre anterior.

Em um ano, o contingente de brasileiros que trabalham por conta própria cresceu 3,2 milhões, uma subida de 14,7%.

Adriana Beringuy observou que o aumento da ocupação no segundo trimestre foi gerado, principalmente, por atividades relacionadas com alojamento e alimentação (9,1%), construção (5,7%), serviços domésticos (4,0%) e agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (3,8%).

"Alojamento e alimentação, que inclui restaurantes e hotéis, avançaram 7,7% na comparação anual, primeiro crescimento depois de quatro trimestres de quedas. Esse avanço, porém, não faz a atividade voltar ao patamar antes da pandemia, mas é um movimento de leve recuperação, depois de registar a segunda maior perda de trabalhadores em 2020, atrás do serviço doméstico", disse a analista do IBGE.

A sondagem do IBGE também mostrou que o montante daqueles que trabalham menos horas do que poderiam trabalhar chegou a um número recorde de 7,5 milhões de pessoas, um aumento de 7,3%, com mais 511 mil pessoas. Face ao mesmo trimestre do ano anterior, o indicador subiu 34,4%, quando havia no país 5,6 milhões de pessoas subocupadas.

Já os desalentados, que são as pessoas que desistiram de procurar trabalho devido às condições estruturais do mercado, somam 5,6 milhões.

Na comparação do segundo com o primeiro trimestre, houve uma redução de 6,5% do número de desalentados que estão fora do mercado laboral do Brasil, mas esse contingente permanece estável na comparação com o segundo trimestre do ano passado.