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Brasil lança construção da maior fábrica de vacinas da América Latina

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O Brasil lançou hoje o edital para a construção, no Rio de Janeiro, do Complexo Industrial de Biotecnologia em Saúde (CIBS) que, segundo o Ministério da Saúde, será o maior centro de fabrico de produtos biológicos latino-americano.

O CIBS, que pertencerá à estatal Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e ao Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos), "será fundamental para que o Brasil alcance a autossuficiência" na produção de imunizantes, anunciou o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.

"Precisamos de ser autossuficientes na produção de Ingrediente Farmacêutico Ativo [IFA], de vacinas e insumos [consumíveis] para combater esse e os próximos vírus que virão. Esse é um marco para a saúde pública do Brasil e para o Sistema Único de Saúde [SUS]", disse Pazuello, no lançamento do edital de licitação do CIBS, em Santa Cruz, na zona oeste do Rio de Janeiro.

"Isso é muito importante e se havia alguma dúvida a pandemia tirou essa dúvida. Esse complexo representa um importante reforço para o nosso Programa Nacional de Imunização, que pela relevância e grandeza do nosso país, também é o maior programa de imunizações do mundo", acrescentou o governante.

O edital, publicado em Diário Oficial da União, abre a licitação para contratação de investidores interessados em participar da construção do Complexo, que será um dos mais modernos do mundo. O financiamento será privado, pago na forma de aluguer e com reversão do património após o prazo de 15 anos.

"Com o edital publicado, os potenciais investidores terão um prazo de 120 dias para apropriação e estudo do projeto para subsidiarem a elaboração de suas propostas. Após a conclusão da licitação, com a homologação do vencedor e a assinatura do contrato, será dado início à construção no segundo semestre de 2021", explicou a Fiocruz em comunicado.

Ainda segundo a Fundação, o CIBS representa um grande impulso na capacitação nacional do Brasil, além de um aumento na produção de medicamentos que tratam doenças raras, crónicas, autoimunes e oncológicas, assim como irá permitir dar respostas mais imediatas em situações de emergência de saúde, como é o caso da pandemia de covid-19.

O investimento total será de cerca de 3,4 mil milhões de reais (530 milhões de euros) e prevê a criação de cinco mil empregos diretos na construção do complexo, que será sustentável, e 1.500 postos de trabalho para a operação do empreendimento.

A Fiocruz é responsável pela produção da vacina de Oxford/AstraZeneca no país sul-americano.

Pazuello disse que projeta a produção de 100 milhões de doses no primeiro semestre de 2021, e 20 milhões de doses por mês no segundo semestre, com a produção do IFA no Brasil.

De acordo com o ministro, além desse imunizante, a tutela encontra-se a negociar com outros laboratórios, como o indiano Bharat Biotech, que produz a Covaxin, e o Instituto Gamaleya, da Sputnik V.

De acordo com o titular da pasta da Saúde, um acordo com esses dois laboratórios poderia resultar na entrega de mais 30 milhões de doses de vacinas nos próximos meses.

O Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar o segundo maior número de mortos (228.795, em mais de 9,3 milhões de casos), depois dos Estados Unidos.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.285.334 mortos resultantes de mais de 104,8 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

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