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Geração Madeira 2030

O PS é um partido construído a várias mãos e por várias gerações, que tem História e tem Futuro

O PS Madeira é um partido com quase 50 anos de História que continua a lutar pela alternância democrática que considera fundamental para iniciarmos uma nova fase de desenvolvimento na Região, mais livre, igual, fraterna e justa, e que tem um património histórico político que importa respeitar e preservar - e esse património traduz-se num conjunto de ideais, valores e escolhas, individuais e colectivas, que agregam todos os seus militantes, simpatizantes e eleitores.

Alguns provavelmente ainda não compreenderam a dimensão social, política e partidária do caminho que trilhámos entre 2017 e 2019 para que os resultados que alcançámos fossem possíveis. Um projecto maior do que o PS, de todos os madeirenses que acreditavam na necessidade de uma mudança política na Região, de muita gente oriunda da sociedade civil - mas um projecto do PS: liderado, construído e sustentado por todos os socialistas, que durante os últimos 50 anos nos ajudaram a chegar aqui. De socialistas que conhecem bem a Madeira e o partido a que pertencem, muito para lá das salas de reuniões: um partido maior do que qualquer individualidade e por isso mais trabalhoso do que porventura alguns imaginaram.

O PS é um partido construído a várias mãos e por várias gerações, que tem História e tem Futuro. Não há, por isso, outra forma possível de continuar a construir o seu caminho que não seja continuar a confiar em quem, durante mais de 10 anos, ajudou a criar as condições para que a JS e o PS crescessem sustentadamente. Se alguém ainda duvida disso, continua na página errada.

Quando muitos de nós aderiram ao PS, vivíamos as consequências da primeira grande crise económica das nossas vidas. Na Madeira, aderimos ainda mais convictos da nobreza das nossas causas, certos de que pelo caminho não encontraríamos qualquer tipo de facilidades. Hoje, não duvido, por um momento que seja, da firmeza e consistência dos passos que demos - e confirmo-o sempre que assisto ao reflexo desse caminho e das nossas escolhas na influência decisiva sobre o nosso destino colectivo.

Todos os dias, a Sara Silva, a jovem deputada da Assembleia Regional que agora representa a nossa geração e as causas do povo de São Vicente e de toda a Costa Norte, orgulha o seu património genético histórico socialista e toda a nossa geração. Na última semana, numa intervenção sobre os CTT, recordou-nos a importância do PS ser o que sempre foi: um partido que defende os trabalhadores e o povo, que, neste caso, vê-se cada vez mais impedido de aceder a um serviço essencial como consequência, ainda, de uma privatização levada a cabo por um governo PSD/CDS que só por milagre não nos privatizou a todos. Antes da Sara Silva, também a Marina Barbosa, temporariamente ausente, fez o mesmo, em nome de todos os jovens da Madeira e do concelho de Machico. E depois de ambas, estou certo de que muitos outros jovens seguir-se-ão nesse papel.

Mas há mais. Há uns dias, nas páginas deste Diário, o Olavo Câmara recordava-nos o que foram os seus últimos dois anos na Assembleia da República, sempre em defesa da Madeira - e não foram coisa pouca. Se foram surpresa para alguns, terá sido apenas para quem, por vezes mal-intencionado, insiste em esquecer-se que, com 31 anos, o Olavo leva os mesmos de luta: no concelho do Porto Moniz, onde ajudou a fazer campanha desde sempre; na JS, que liderou durante praticamente 8 anos, fazendo a estrutura crescer interna e externamente como em poucos períodos da sua História; no PS, contribuindo decisivamente para a mobilização dos jovens que ajudaram a construir os resultados de 2019; e, finalmente, na Assembleia da República, como já tinha feito durante alguns meses na Assembleia Regional, com garra e determinação. Os seus méritos e conquistas têm mais explicações do que a reescrita histórica simplista a que alguns continuam a tentar, em vão, vetar o seu papel.

E porque esta geração não se fica pela sua capacidade de intervenção local, regional e nacional, estes dias tivemos também a Sara Cerdas, deputada ao Parlamento Europeu, na SIC Notícias, a falar do que mais sabe, Saúde, e a recordar o papel que o Parlamento Europeu deve ter no combate à pandemia, para que ninguém, em parte nenhuma do mundo, fique para trás. Depois de tudo o que vi, ouvi e li quando, em 2019, escolhemos uma médica, mestre e investigadora em Saúde Pública para aquele lugar, com acusações e insinuações de todo o tipo, fico feliz por ver que o tempo continua a confirmar a validade da escolha do PS.

São alguns exemplos, mas poderiam ser muitos mais - e perante tudo isso, não é possível sentir outra coisa que não seja orgulho por termos hoje no PS, ao fim de anos e anos sem qualquer renovação, uma geração assim: que se faz ouvir, que tenta fazer diferente, que tem opinião e pensamento próprio. Uma geração que arrasta gente consigo e que, ao longo de 10 anos de trabalho na Juventude e no Partido Socialista, não se limitou a crescer, mas a incluir a geração seguinte, como nos recordam todos os dias o Pedro Calaça e todos os que o acompanham. Uma estrutura que ultrapassou as paredes da sede da Rua da Alfândega para andar nas ruas de todos os concelhos, campanha após campanha, e que não fica atrás de nenhuma outra estrutura jovem partidária regional. Será por isso possível, em consciência, fazer outra coisa que não seja acarinhar quem tanto fez, faz e fará pelo PS, pela Madeira, pelo país e pela Europa? É possível fazer outra coisa quenão seja continuar a abrir-lhes a porta para que continuem a crescer, a brilhar e a contribuir para o nosso futuro?

Hoje, tudo em mim é orgulho e convicção inabalável de que fizemos bem e estivemos certos quando, como Secretário-Geral do PS e junto de outros, abrimos a porta a este caminho irreversível, de que não é possível o PS desviar-se, porque não é possível apagar a força de uma geração assim: uma geração para mudar a Madeira e que, ao contrário do que diz o poema de José Régio, sabe por onde vai, sabe para onde vai e sabe ainda melhor por onde não vai - porque para caminhos fáceis teria certamente escolhido outra via. Por tudo isso, aconteça o que acontecer, a gente vai mesmo continuar - pelos nossos próprios passos, em nome do PS e da Madeira em que acreditamos.