A nova e temida variante da Covid-19

O mundo inteiro está em alerta: quando pensávamos que as a pandemia estava finalmente prestes a terjinar, foi descoberta uma nova variante, na África, extremamente contagiosa, a Ômicron. Que já está também na União Européia (Bélgica), Hong Kong e Israel. Começaram, de imediato, estudos para saber se as vacinas cobrem esta nova variante e países estão tomando providências para tentar evitar o alastramento da nova ameaça: cancelamento de voos de e para os países da Africa que tiveram os primeiros casos, volta do uso da máscara e até confinamentos. O desgovernante do Brasil, Bolsonaro, descartou, a princípio, qualquer providência. Como sempre. Vamos ter que nos cuidar ainda mais do que antes.

Iroicamente, no início da semana em que foi descoberta a nova variante, os laboratórios Pfizer e BioNTech diziam que sua vacina contra a Covid oferece forte proteção de longo prazo contra o vírus em um estudo de fase 3 conduzido em adolescentes de 12 a 15 anos. A pesquisa mostrou que o imunizante teve 100% de eficácia nos jovens dessa faixa etária. No Brasil, a vacina da Pfizer é a única autorizada para essa idade. Mas e as crianças de menos de doze anos? Quando vão ser vacinadas? Elas estão em risco, e grande, muito grande.

Na terça, uma diretora-geral da Organização Mundial da Saúde, Mariângela Simão, afirmou que o mundo está entrando em uma 4ª onda da pandemia de Covid, sem saber que pouco mais tarde eclodiria uma nova variante perigosíssima do vírus. Para ela, apesar dos dados positivos, o Brasil não pode relaxar no controle da doença. O carnaval é um dos pontos de maior preocupação apontados por Mariângela. Algumas cidades já cancelaram, mas os maiores centros, até agora, vinham mantendo o evento para 2022. Vamos ver como fica agora, com a nova variante chegando. Já era uma irresponsabilidade, crime mesmo fazer carnaval com a pandemia diminuindo. Agora, então, se continuarem insistindo, é o que? E o governo de São Paulo anunciou em meados da semana (24), que vai tirar a obrigatoriedade do uso da máscara em ambientes externos a partir do dia 11 dezembro. Agora, com o surgimento da nova variante Ômega, como é que fica?

A Europa voltou a ser o epicentro da pandemia. No meio da semana, diversos países do continente reúniram esforços para controlar o avanço da covid antes das festas de fim de ano. Eslováquia e Áustria decretaram lockdown parcial. Portugal voltou com obrigação de uso de máscasra em locais fechados, multas fortíssimas para quem entrar no país sem a vacina e teste. A Alemanha, com novo recorde de infecções, vai ampliar a vacinação. Mas as mortes e hospitalizações estão mais baixas do que em outras ondas da doença — sinal da eficácia do avanço da vacinação em alguns países.

No final de semana, a Organização Mundial da Saúde declarou que a nova cepa do coronavírus é uma "variante de preocupação" e deu a ela o nome de ômicron. Descoberta inicialmente na África do Sul, ela é do mesmo grupo de versões que provocaram o agravamento e o aumento da pandemia: alfa, beta, gama e delta. A ômicron é considerada de preocupação porque tem 50 mutações. Ainda não se sabe se ela é mais transmissível ou mais letal, mas já estão sendo feitos estudos para saber isso. A OMS diz que precisará de semanas para compreender melhor o comportamento da variante. Ao menos 9 países e/ou territórios já anunciaram restrições a voos de nações africanas.

No sábado, o presidente do Senado, senador Rodrigo Pacheco, disse que o enfrentamento ao coronavírus deve ser uma prioridade no País nesse momento. "Conter a pandemia e conter a fome e miséria no Brasil são focos que nós temos que estabelecer como prioridades absolutas nesse momento", disse Pacheco durante o "Fórum Brasil de Ideias". Ah, só contaram pra ele. Só sabem falar, esses políticos, mas fazer, não fazem nada. Já deveriam ter estabelecido essa prioridade há muito tempo. Se tivessem feito isso, talvez o número de mortes não fosse tão alto.

Então, resumindo: com a nova variante chegando, sem sabermos ainda, ao certo, o seu grau de transmissibilidade e gravidade, e se as vacinas atuais são válidas para ela, precisamos nos cuidar. Mais ainda. Máscara, distanciamento físico, higiene das mãos, etc.

Luiz Carlos Amorim