Madeira

PCP apela à unidade dos trabalhadores da hotelaria em tempo de "ameaças graves" aos seus direitos

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O PCP promoveu, no Funchal, um encontro com trabalhadores do sector da hotelaria, do qual resultou um apelo - "está na hora de resistir e de unir forças!" - no sentido de "resistir e lutar pelos direitos neste tempo especialmente marcado por graves ameaças aos trabalhadores".

A Comissão Executiva da Direcção Operacional da Madeira do PCP recorda que "para destinos como a Madeira e o Porto Santo, demasiado dependentes do turismo, muitos trabalhadores ligados directa e indirectamente ao sector e à hotelaria estão a ser confrontados com situações gravíssimas de sobrevivência e subsistência".

Como exemplo, apontam o recente anúncio do despedimento colectivo no emblemático Hotel Reid´s.

"É inaceitável e incompreensível, e é um sinal de um problema mais profundo que atinge a economia regional e de um processo vasto de ataque aos trabalhadores da hotelaria. Para além de revelar contradições entre o que os governantes prometeram e a realidade concreta, sobretudo, quando se sabe que aquela empresa recebeu apoios públicos para, em contrapartida, manter postos de trabalho e não para fazer o que agora anunciou".

Neste encontro, promovido pelo PCP, foi destacado o facto de que, "enquanto para as empresas não faltam milhões de euros a fundo perdido, para os trabalhadores apenas as migalhas dos dinheiros públicos e um futuro incerto".

Foi também referido como a situação económico-social "se agrava a cada dia que passa".

"A não renovação de milhares de contractos a termo de muitos trabalhadores que já estavam numa situação precária e instável, trabalhando alguns deles para empresas de trabalho temporário, mas muitos outros que trabalhavam para grandes grupos hoteleiros, como é exemplo especialmente negativo o caso do Grupo Pestana".

Outros problemas foram apontados, como: "o uso abusivo do lay-off por parte de muitas empresas; o facto de muitos trabalhadores terem perdido o direito às férias, uma vez que o período de lay-off foi contado como férias; situações de lay-off parcial onde os trabalhadores trabalhando mais 6 dias e 5 horas por mês, irão receber apenas aproximadamente mais 30 euros, como está acontecer com o Grupo Cardoso".

Para além das unidades hoteleiras, o PCP salienta que existem "outros exemplos de injustiça e de atentado aos direitos dos trabalhadores, como é exemplo o Café Apolo, na cidade do Funchal, onde persistem ainda salários em atraso e as ameaças do eminente encerramento".

"A pressão sentida por quem vive na incerteza do seu posto de trabalho cria uma instabilidade acrescida, fazendo com que muitos trabalhadores cedam a pressões e chantagens por parte de algumas entidades patronais, perdendo anos e anos de casa para receber uma pequena indemnização que serve apenas para remediar o dia-a-dia.  Face a estas situações concretas do mundo do trabalho na Madeira e no Porto Santo, o PCP considera que se justifica uma urgente mobilização de forças sociais na defesa do direito ao trabalho e ao trabalho com direitos na RAM".

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