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Madeira

PCP denuncia “atropelos” aos direitos dos trabalhadores do call-center da Altice

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O PCP Madeira denuncia hoje “atropelos” aos direitos dos trabalhadores do call-center da Altice na Região que surgem “a pretexto das medidas necessárias para combater a pandemia Covid-19”.

Segundo o deputado Ricardo Lume, as empresas que prestam serviços no call-center da Altice na Madeira, (Randstad, Talenter, Manpower, Kelly Services) estão a confrontar um conjunto alargado de trabalhadores com a redução do seu horário de trabalho e da sua remuneração, situação que “atenta contra direitos fundamentais dos trabalhadores” uma vez que “não resulta da diminuição do volume de trabalho, mas do facto da Altice e das empresas prestadores de serviços não garantirem àqueles trabalhadores os equipamentos necessários para poderem exercer o teletrabalho”, acusa o PCP.

Ouvindo os relatos dos trabalhadores, o deputado comunista fala em “verdadeira barbárie e um atentado aos direitos dos trabalhadores”, uma vez que está a ser imposta uma “redução muito significativa dos rendimentos, apesar daqueles trabalhadores terem vínculos laborais precários há vários anos no call-center da Altice”.

Com a intervenção do movimento sindical, com a luta dos trabalhadores e com o contributo da denúncia que o PCP tem desencadeado, Ricardo Lume diz que foi possível “garantir o teletrabalho, evitando a aglomeração de um número alargado de pessoas num só espaço físico”, contrariando as orientações da Direcção-Geral da Saúde e as recomendações do próprio Governo Regional da Madeira.

O problema agravou-se quando a empresa alegou não ter equipamentos (computadores) suficientes para que todos os trabalhadores pudessem entrar em regime de teletrabalho. Como resultado, alguns foram “orientados para uma suspensão da actividade laboral, indo para casa com um corte de 50% nos vencimentos”, estando a auferir cerca de 300 euros.

Ricardo Lume fala, por isso em “abusivo aproveitamento” para “convidar cada trabalhador a ir para casa em regime de ‘part-time’, recebendo uns míseros 300 euros, caso contrário sujeita-se a ir para o desemprego já no final do presente mês”.

O PCP não entende como é que uma empresa como a Altice, que no último ano “obteve 814 milhões de euros de lucros antes de impostos, só em Portugal, possa alegar não ter condições para garantir o material de trabalho necessário aos seus trabalhadores” e questiona o Governo Regional sobre as medidas que serão tomadas pela Autoridade de Trabalho nesta Região Autónoma para garantir que estas pessoas não sejam penalizadas nos seus direitos laborais e remuneratórios.

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