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Médico detido na Venezuela por vender medicamentos de distribuição gratuita

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As autoridades venezuelanas detiveram, na cidade de Valência (centro o país) um médico que comercializava medicamentos que o Estado distribuía gratuitamente para serem usados em doentes infetados com o novo coronavírus.

O anúncio foi feito pelo procurador-geral Tarek William Saab em conferência de imprensa transmitida pelo canal estatal "Venezuelana de Televisão" (VTV).

"É, sem dúvida, uma deplorável violação dos códigos de ética na prática da medicina" e um "crime grave", disse Tarek William Saab, acrescentando que o médico António José Amell Cantillo, de 27 anos e de nacionalidade colombiana, formado em Valência, "vendia em dólares os medicamentos para os pacientes com a covid-19".

"Amell aliciava os familiares e informava-os que o hospital não tinha recursos médicos e que ele podia conseguir cada ampola de Remdesivir por um custo de 800 dólares (678 euros), que o Ministério da Saúde entrega gratuitamente", disse.

O procurador-geral explicou que o detido "mantinha uma associação com pelo menos cinco farmácias privadas, para vender os medicamentos roubados do hospital de Valência" e que o diretor desse organismo "está sob investigação para apurar se houve cumplicidade".

O médico foi detido na sua residência, onde as autoridades encontraram materiais médicos e medicamentos.

Na Venezuela estão confirmados 55.563 casos de doentes com covid-19, bem como 444 mortes associadas ao novo coronavírus. Mais de 44.400 pessoas terão recuperado da doença.

A Venezuela está desde 13 de março em estado de alerta, o que permite ao executivo decretar "decisões drásticas" para combater a pandemia.

Os voos nacionais e internacionais foram restringidos (desde 12 de março) até 12 de setembro e a população está impedida de circular entre os diferentes municípios do país.

A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 898.503 mortos e infetou mais de 27,6 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 1.849 pessoas das 61.541 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.

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