As máscaras da polémica

- Oh, rapaz, andas aí pensativo, que diabo se passa contigo?

- Ando preocupado, “florido” e mal pago. Afinal as máscaras são ou não são para usar?

- Oh, meu amigo, não te aborreças com isso. Manda-os todos bugiar.

- Cria uma certa confusão. O Governo diz que sim, a Oposição diz que não.

- Não vais pela conversa da Oposição. Ela existe exatamente para fazer confusão.

Se o Governo toma medidas, não devia tomar, são exageradas e ridículas, se não as toma e a “coisa” dá para o torto, o governo é acusado e responsabilizado pelas “coisas” terem dado no porco!

- Nesse particular tens razão. E verifica-se isso não só aqui na Região.

- Exatamente. Também lá no continente.

- E achas que devemos dar crédito a uma tal senhora, da saúde, lá de Lisboa? Ela parece que fala à toa.

- Com ela é preciso tomar muita atenção. Ouve-se o que ela diz e aguarda-se mais uns dias para ver se ela se contradiz ou mantém a mesma opinião.

- No fundo eu vou seguir as instruções do líder do meu partido. Ele diz para não usar máscara porque a transmissão do vírus dá-se através do umbigo!

- Olha que essa ainda não tinha ouvido. Mas é capaz de ter razão o líder do teu partido. Está um raciocínio muito exato. Porque havemos de tapar a parte de cima, se o maldito do “bicho” entra pela parte de baixo?

- Bom, tu já tomaste a tua decisão e eu vou tomar a minha para satisfazer o Governo e a Oposição.

- Diz lá, pode ser que eu mude de opinião.

- Nas ruas mais movimentadas, eu uso a máscara. Nas de menor movimento ando com a cara ao relento.

- Se não te importas dá-me um exemplo.

- Na Rua Fernão de Ornelas, por ser muito movimentada, coloco a máscara. Retiro-a na Ponte do Bazar do Povo. Na Rua do Aljube volto a pôr de novo. Tiro-a na Rua da Queimada de cima. Volto a colocar na Rua João de Tavira, retiro na Avenida Arriaga, porque ela aí já deve estar enxovalhada, suja e babada.

- É uma ideia a ser aproveitada. E deixas de ler e ouvir opiniões de gente destrambelhada?

- Sim, sim, isso para a nossa saúde mental, é simplesmente fundamental.

- E, já agora, penso que também ajudava, colocar uma velinha a Nossa Senhora de Fátima, para não só nos livrar do vírus como desta gente” marada”!

- Pois, só que pôr uma velinha não vai dar, é preciso também rezar!

Juvenal Pereira

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