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Madeira

Plenário de trabalhadores será decisivo

O Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários e Actividades Metalúrgicas da RAM reúne-se hoje em plenário com os trabalhadores do grupo Horários do Funchal para decidir medidas de luta

Os trabalhadores estão, neste momento, reunidos num dos parques de estacionamento da empresa Horários do Funchla, na Fundoa. 
Os trabalhadores estão, neste momento, reunidos num dos parques de estacionamento da empresa Horários do Funchla, na Fundoa. , Foto: Rui Silva/Aspress

Em cima da mesa estará o avançar para a greve no final do mês, caso não seja deliberada a aceitação de uma proposta de acordo apresentada pela tutela ao sindicato

Arrancou há poucos minutos o plenário de trabalhadores da empresa Horários do Funchal, promovido pelo Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários e Actividades Metalúrgicas da Região Autónoma da Madeira (STRAMM).

Na sede da empresa, na Fundoa, estão reunidos algumas dezenas de funcionários, sobretudo motoristas, que querem ver esclarecido, entre outras questões, o pagamento do subsídio de agente único, que lhes foi descontado no período entre 23 de Março e 6 de Maio do presente ano, do decurso da pandemia provocada pela Covid-19.

Conforme revelou à nossa reportagem o coordenador da direcção do STRAMM, Lino Gonçalves, este encontro com os trabalhadores tem por objectivo definir que formas de luta vão ser implementadas, caso não venham a aceitar o acordo que resultou das negociações com a tutela, e que, em traços gerais, "vai ao encontro das reivindicações dos trabalhadores", assegura. 

O sindicalista, que também é motorista do grupo Horários do Funchal, salienta que, não sendo aprovada a proposta, uma das alternativas será avançar para a greve já nos dias 30 e 31 deste mês. A par disso, será equacionada a reivindicação dos direitos dos trabalhadores junto das instâncias judiciais, algo que, de resto, já está a ser desenvolvido pelo gabinete jurídico do Sindicato. 

Refira-se que o STRAMM, sindicato que conta com a maioria dos motoristas da Região, está contra as medidas propostas pelo Sindicato Nacional dos Motoristas (SNM), que no passado dia 2 de Julho realizou uma iniciativa semelhante à que hoje é levada a cabo, determinando aquilo que Lino Gonçalves designa de "recuo" nas negociações que já haviam sido alcançadas anteriormente. Por esse motivo, o STRAMM recusa sentar-se à mesas das negociações com a estrutura sindical nacional. 

O dirigente do STRAMM assegurou à nossa reportagem que já há um acordo com a administração da empresa com vista à reposição integral dos valores dos subsídios do agente único e de alimentação aos trabalhadores afectados, mas há alguns aspectos que só podem ser dirimidos em tribunal, questões que serão esclarecidas, esta manhã. 

Conforme destacou, também, Lino Gonçalves, um dos grandes objectivos das medidas a implementar é "impedir que as empresas de transportes públicos coloquem os trabalhadores em lay-off", algo que, segundo informação de que dispõe o sindicato, já está a ser equacionado por uma empresa regional, à semelhança do que já tem vindo a acontecer a nível nacional. Ainda assim, o sindicalista está confiante de que vai ser possível evitar esta situação, "salvaguardando os direitos dos trabalhadores, mantendo os postos de trabalho, sem que sofram quaisquer cortes", embora reconheça que "nesta fase há uma ruptura de tesouraria evidente". 

Tal como o DIÁRIO noticiou ontem, ao final do dia, e de acordo com um comunicado emitido pelo Grupo Horários do Funchal,  na manhã desta quinta-feira é expectável que haja alguns constrangimentos, até às 13h30, nas carreiras de transporte público que operam na cidade do Funchal, por via da participação dos trabalhadores no plenário. 

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