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Trump ameaça cortar fundos federais se escolas não reabrirem

Foto EPA

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou hoje cortar fundos federais caso as escolas no país não reabram no outono, criticando ainda as orientações dos especialistas governamentais de saúde pública sobre a reabertura das instituições de ensino.

Numa mensagem publicada na rede social Twitter, Trump argumentou que vários países, como a Alemanha, Dinamarca e Noruega, reabriram as escolas "sem problemas".

Também reiterou o argumento que os democratas querem manter as escolas encerradas por motivos políticos e não por causa dos riscos associados ao novo coronavírus.

"Os democratas pensam que poderá ser mau para eles politicamente se as escolas abrirem antes das eleições [presidenciais e gerais] de novembro", afirmou Trump, acrescentando: "Mas é importante para as crianças e famílias. Pode-se cortar o financiamento se não abrirem!".

O chefe de Estado norte-americano não pormenorizou quais os fundos federais que poderá eventualmente cortar, nem qual é a legislação lhe atribui tal poder.

Estes comentários surgem um dia depois da administração Trump ter tentado pressionar as autoridades estaduais e locais a avançarem com a reabertura de escolas e de universidade no outono.

Numa mesa-redonda realizada na terça-feira na Casa Branca, em Washington, as autoridades governamentais das áreas da saúde e da educação argumentaram que manter os alunos fora das salas de aula durante o semestre do outono iria trazer maiores riscos à saúde pública do que qualquer outro risco associado ao novo coronavírus.

Um dos especialistas que insistiu na reabertura das instituições de ensino no outono foi o diretor do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla inglesa), agência que faz parte do Departamento de Saúde dos Estados Unidos.

No entanto, o Presidente Trump lançou hoje críticas às orientações emitidas pela agência para a reabertura das escolas, afirmando que as medidas são "muito exigentes" e "dispendiosas".

O uso de máscara por estudantes e professores sempre que possível, espaçamento entre as carteiras das salas de aula, horários com várias escalas e colocação de barreiras físicas em alguns locais de acesso comum são algumas das recomendações emitidas pelo CDC.

Trump não esclareceu quais são as medidas com as quais discorda.

Entretanto, o presidente da câmara de Nova Iorque, o democrata Bill de Blasio, anunciou hoje que as escolas daquela cidade vão reabrir no outono, adotando um modelo que vai conciliar aulas presenciais e aulas 'online'.

Bill de Blasio explicou que a maioria dos estudantes de Nova Iorque terão aulas presenciais dois ou três dias por semana e nos restantes dias através da Internet.

Segundo afirmou o autarca nova-iorquino, muitas das escolas não podem acomodar todos os seus estudantes de uma só vez e manter ao mesmo tempo um distanciamento social seguro.

Bill de Blasio esclareceu ainda que os pais terão a opção de querer apenas aulas 'online' para os seus filhos, mas adiantou, citando os resultados de um inquérito, que 75% dos pais querem que os filhos regressem à escola em setembro.

O governador do estado de Nova Iorque, o também democrata Andrew Cuomo, já afirmou em diversas ocasiões que a decisão de reabrir ou não as escolas é da sua competência.

Bill de Blasio disse hoje que a autarquia da cidade irá trabalhar de perto "em cada etapa do caminho com o estado de Nova Iorque".

As escolas de Nova Iorque foram encerradas em março, na mesma altura em que os serviços não essenciais foram fechados para travar a propagação do novo coronavírus.

Os Estados Unidos são o país com mais mortes associadas à doença covid-19 (131.480) e mais casos de infeção pelo novo coronavírus confirmados, mais de três milhões.

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