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Manifestantes no Quénia bloquearam uma das principais auto-estradas de Nairobi

Foto EPA
Foto EPA

Centenas de manifestantes no Quénia bloquearam uma das principais auto-estradas de Nairobi, com pneus queimados, para protestar contra a demolição das casas de mais de sete mil pessoas pelo Governo e o encerramento de um grande mercado alimentar.

A polícia usou gás lacrimogéneo e canhões de água nos manifestantes, que depois saquearam lojas e pararam carros.

“A polícia reagiu a um grupo de pessoas que estava a destruir propriedades no caminho”, disse o chefe da polícia de Nairobi, Philip Ndolo.

“Se eles têm queixas, devem expressá-las através dos canais certos. Não vamos tolerar a destruição de bens”, adiantou.

O Governo tinha encerrado na quinta-feira o mercado de Korogocho, que servia cerca de 100 mil pessoas que dele dependem para a sua subsistência e produtos hortícolas frescos, explicou Patrick Maina, o presidente do mercado.

“O mercado serve vários povoados informais”, afirmou.

Os habitantes de Kariobangi, um povoado informal pobre, acordaram segunda-feira ao som de bulldozers a esmagarem as suas estruturas com bastantes chapas metálicas, disse o residente e activista dos direitos humanos Habib Omar.

As demolições continuaram durante toda a semana e deslocaram milhares de habitantes, que estão a dormir à chuva e ao frio, porque Nairobi tem restrições à circulação devido à pandemia de covid-19.

O Governo justificou que é proprietário do terreno onde as demolições tiveram lugar.

Por seu lado, Habib Omar referiu que o Governo queniano ignorou as ordens do tribunal que o impediram de expulsar os residentes do “bairro de lata” porque o mesmo executivo tinha emitido cartas de atribuição a alguns dos residentes que lá vivem desde 2008.

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