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Air France - KLM regista perdas de 1,8 ME no primeiro trimestre

Foto JOEL SAGET / AFP
Foto JOEL SAGET / AFP

O grupo Air France-KLM, afetado pelos efeitos da pandemia de covid-19, registou perdas de 1,8 mil milhões de euros no primeiro trimestre do ano e antecipa quebras assinaláveis até ao verão.

De acordo com um comunicado, a empresa transportadora aérea franco-holandesa, que deve receber uma ajuda extraordinária de sete mil milhões de euros do Estado francês, regista uma quebra da capacidade na ordem dos 10,5% no primeiro trimestre e prevê uma queda de 95% no segundo trimestres e 80% no terceiro.

Os transportes aéreos são um dos setores económicos mais afetados pela crise gerada pela pandemia do novo coronavírus devido às restrições sobre o movimento de pessoas e às medidas de confinamento, em todo o mundo.

Só no passado dia 03 de maio, o número de voos na Europa foi 91% inferior ao que se registou no mesmo dia em 2019, segundo a Eurocontrol, a organização europeia para a segurança e navegação aérea.

A maior parte das companhias mantém os aparelhos parados, enquanto os valores de tesouraria continuam a afundar-se ao mesmo tempo que se sucedem os planos de emergência económica que, mesmo assim, não evitaram a supressão de 12 mil empregos na British Airways; cinco mil na SAS; dois mil na IcelandAir, 3.500 na United Airlines e cerca de três mil na Virgin Atlantic.

A Air France-KLM, que recorreu ao despedimento parcial dos quadros da empresa, registou no primeiro trimestre de 2020 perdas cinco vezes superiores às perdas registadas em igual período do ano passado.

Os resultados ainda não refletem, por enquanto, o impacto da crise provocada pela pandemia porque o “ano começou de forma favorável”, nos meses de janeiro e fevereiro, disse hoje o diretor financeiro do grupo, Fréderic Gagey duante uma conferência telefónica realizada pelo telefone.

A Comissão Europeia autorizou na semana passada a França a conceder um empréstimo de sete mil milhões de euros à Air France, sendo que quatro mil milhões correspondem a empréstimos bancários garantidos a 90% pelo Estado e três mil milhões de empréstimos diretos e que têm como contrapartida compromissos sobre “preocupações e medidas ambientais” relacionados diretamente com as emissões de carbono.

O grupo prevê “uma lenta recuperação da atividade no verão de 2020” quando ocorrer o levantamento das restrições à circulação, mas estima que a procura do tráfego comercial “só vai atingir os níveis anteriores à crise daqui a muitos anos”.

De acordo com Gagey, os transportes no curto prazo vão ter como característica as viagens ligadas a trabalho e reencontros familiares, após um longo período de confinamento.

Após o início da crise, o grupo efetuou voos especiais de repatriamento de viajantes bloqueados no estrangeiro e estabeleceu uma “ponte aérea” de transporte de material médico essencial em colaboração com os governos francês e holandês.

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