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Oficiais desertores na Venezuela presos por envolvimento em invasão marítima frustrada

Foto EPA
Foto EPA

O ministro venezuelano da Defesa, Vladimir Padrino López, anunciou na quinta-feira que foram detidos 39 militares desertores, pelo alegado envolvimento numa operação para cometer um golpe de Estado contra o regime do Presidente do país, Nicolás Maduro.

“Hoje [quinta-feira] capturámos 39 desertores das Forças Armadas Nacionais Bolivarianas (FANB) que estavam a tentar entrar (na Venezuela) desde a Colômbia”, disse o ministro.

Vladimir Padrino López falava durante um debate entre as autoridades venezuelanas que analisou a “Operação Gedeón” da qual fazia parte, segundo o Governo da Venezuela, a frustrada invasão marítima do país de 3 e 4 de Maio último.

A detenção ocorreu junto da fronteira colombo-venezuelana.

Segundo o ministro, a “Operação Gedeón” integrou uma tentativa de invasão marítima e outra terrestre.

Com as novas detenções, sobe para 91 o número de detidos por suspeita de envolvimento na conspiração contra o Governo venezuelano.

Em 8 de Maio, o procurador-geral da Venezuela, Tareck William Saab, anunciou que 32 pessoas, entre elas dois norte-americanos, Luke Denman e Airan Berry, foram acusadas de terrorismo e tráfico ilícito de armas de guerra, no envolvimento na frustrada tentativa de invasão marítima.

Os detidos foram acusados de conspiração contra o Governo venezuelano e associação para cometer delito. Os venezuelanos são adicionalmente acusados de conspiração com governo estrangeiro, traição à pátria e rebelião.

“Ficou provado que um grupo de bandidos, entre eles os norte-americanos, acompanhou militares reformados que tentavam invadir o país desde o mar a partir de Macuto (estado de La Guaira) e Chuao (Aragua)”, explicou Tareck William Saab.

O procurador-geral, nomeado pela Assembleia Constituinte (composta unicamente por simpatizantes do regime), sublinhou que a frustrada “Operação Gedeón” é uma versão moderna da falhada invasão da baía dos Porcos (17 a 19 de abril de 1961), em Cuba, mas adaptada ao século XXI.

Tareck William Saab anunciou ainda que foi pedido um alerta vermelho da Interpol contra o ex-militar norte-americano Jordan Goudreau e os venezuelanos Sérgio Vergada (deputado) e Juan José Rendón (estrategista político e professor), radicados actualmente no estrangeiro, para que sejam “extraditados”.

Tareck William Saab acrescentou que rusgas para encontrar outros envolvidos na operação vão continuar no Distrito Capital e nos estados de La Guaira, Nova Esparta, Miranda e Anzoátegui, referindo que há mandados de captura contra 22 pessoas.

Segundo o Presidente Nicolás Maduro, a invasão marítima frustrada tinha como “objectivo central” o seu assassínio, que diz ter sido contratado pelo líder opositor Juan Guaidó.

A crise política, económica e social venezuelana agravou-se desde janeiro de 2019, depois de o presidente do parlamento, Juan Guaidó, jurar publicamente assumir as funções de presidente interino do país até afastar Nicolás Maduro do poder, convocar um governo de transição e eleições livres e democráticas na Venezuela.

Guaidó tem o apoio de mais de meia centena de países.

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