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Governo britânico supera meta de 100 mil testes por dia

O ministro da Saúde britânico, Matt Hancock, reivindicou hoje ter superado a “meta audaciosa” de realizar 100 mil testes diários de diagnóstico à covid-19 que tinha estabelecido atingir até ao final de abril.

O ministro anunciou na conferência de imprensa diária do Governo sobre a crise que foram realizados na quinta-feira, último dia do mês, 122.347 testes, um aumento de 50% relativamente aos 81.611 testes no dia anterior.

“Era uma meta audaciosa, mas precisávamos de uma meta audaciosa”, reivindicou Hancock, que tem estado sobre pressão para atingir este resultado, já que na segunda-feira só tinham sido feitos 37.024 testes.

Entretanto, uma publicação especializada, o Health Service Journal, noticiou hoje que o Governo terá alterado a forma de calcular o número de testes, passando a contar aqueles que foram enviados por via postal, e não apenas os que tiveram resultado confirmado pelos laboratórios.

Questionado pelos jornalistas, o coordenador pelo programa de testes, John Newton, precisou que 40 mil testes estão nesta categoria, mas negou que tenha sido feita uma alteração ao método de contagem.

A meta de 100 mil testes por dia foi estipulada no início de abril por Hancock para responder às críticas crescentes à falta de capacidade para diagnosticar profissionais de saúde e outros trabalhadores essenciais em isolamento para permitir o regresso às funções.

Hancock envolveu laboratórios públicos e privados num “esforço nacional” em paralelo com a criação de três grandes centros de testes do sistema nacional de saúde em Milton Keynes, perto de Londres, Glasgow, na Escócia, e Alderley Park, perto de Manchester.

Para o desenvolvimento destes centros foram recrutados estudantes e investigadores e pedido emprestado equipamento científico a universidades e institutos de investigação.

Estão em funcionamento cerca de 50 centros de colheita de amostras em locais como parques de estacionamento de lojas ou supermercados e até do Estádio Nacional de Wembley, em Londres, em formato ‘drive thru’, isto é, permitindo que os utentes acedam de carro sem sair para ser analisados.

Em paralelo, o exército criou uma série de unidades móveis para recolher amostras em locais mais remotos junto de trabalhadores de lares de idosos, esquadras de polícia ou prisões.

Inicialmente limitados a pacientes dos hospitais com sintomas de covid-19 e depois a profissionais de saúde, os testes foram alargados nos últimos dias a milhões de pessoas, incluindo de trabalhadores considerados essenciais, nomeadamente funcionários e residentes de lares de idosos, polícias, professores, assistentes sociais ou funcionários do ramo alimentar, e a maiores de 65 anos.

O organismo NHS Providers, que representa hospitais e unidades que pertencem ao sistema de saúde público NHS, criticou na quinta-feira a meta como uma “manobra de diversão” para distrair das falhas da estratégia a longo prazo.

O presidente-chefe, Chris Hopson, alegou que será preciso continuar a aumentar a capacidade, calculando serem necessários cerca de 120 mil testes por dia só para os cerca de 800 mil trabalhadores do NHS quando o Reino Unido sair do confinamento, para evitar um segundo pico de infeções.

O Governo britânico reconhece que a capacidade de testagem vai ser essencial para aliviar as medidas de distanciamento social, para poder pôr em prática um sistema de rastreamento de casos para limitar o contágio.

O processo vai funcionar com um sistema manual com inicialmente 18.000 funcionários em simultâneo com uma aplicação de telemóvel.

O Reino Unido registou até agora 27.510 mortes de pessoas infetadas durante a pandemia covid-19 e 122.347 casos de contágio, de acordo com os dados atualizados hoje pelo ministério da Saúde britânico.

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