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País

Arcebispo de Braga preocupado com pobres, marginalizados, desempregados e solitários

Foto  EPA/JUAN IGNACIO RONCOROSNI
Foto EPA/JUAN IGNACIO RONCOROSNI

O arcebispo de Braga, Jorge Ortiga, apelou hoje à sociedade para não se esquecer dos pobres, marginalizados, desempregados e solitários nos “dias singulares” que o mundo vive por causa da pandemia da covid-19.

Na sua mensagem de Páscoa, Jorge Ortiga sublinhou que a solidão e o silêncio deste tempo devem conduzir a uma “solidariedade responsável”, com gestos e sinais, mais do que com teorias.

“As teorias estão a perder a sua vitalidade. Precisamos de gestos e sinais. Coisas pequenas ou grandes. O mundo de amanhã será, inevitavelmente, mais solidário e interdependente. Somos uma família. Chegou o tempo de o mostrarmos a todo o mundo”, lê-se na mensagem.

Para o arcebispo de Braga, os tempos atuais devem ser de “uma solidão habitada”, em que cada um, em vez de se fechar nos seus problemas e inquietações, olhe para o lado e cuide dos que mais precisam.

“O vírus faz-nos sentir que na Humanidade todos dependemos uns dos outros. Somos efetivamente uma coisa só, a nossa vida tem de ser habitada pelos outros e, numa opção de fé cristã, devemos cuidar dos pobres, marginalizados, desempregados e solitários. Para todos deve haver lugar. Todos devem conviver connosco”, exorta.

Assim, Jorge Ortiga apela a que o silêncio dos dias que correm seja “eloquente, com mensagens a serem ouvidas por todos”.

“Deus quer falar connosco e os outros interpelam-nos a todo o momento. Urge ser capaz de ouvir para depois oferecermos o melhor de nós. Ninguém é tão pobre que não tenha nada para dar. Ouçamos os gritos e os lamentos da Humanidade e falemos do amor e do serviço”, acrescenta a mensagem.

Por isso, pede ainda que esta seja “uma Páscoa de páscoas, de sinais e gestos, concretos e conscientes, para se alcançar a tão desejada serenidade e tranquilidade”.

“Que a solidão seja habitada pelo mundo inteiro e que o silêncio grite aleluias de confiança no presente e no futuro”, remata.

Este ano, por causa da pandemia, não vai haver visita pascal na arquidiocese de Braga, tendo também sido canceladas todas as atividades de rua da Semana Santa.

As celebrações religiosas também são à porta fechada, sendo transmitidas pela Internet a partir do paço episcopal.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,5 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 87 mil.

Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até ao final do dia 17 de abril.

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