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EUA apelam a união no combate internacional contra supremacistas brancos

Foto Shutterstock
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O Governo dos EUA apelou hoje aos aliados europeus para se envolverem no combate contra grupos supremacistas brancos que acusa de estarem a recrutar na Europa membros para actos terroristas.

Na segunda-feira, o Departamento de Estado norte-americano inscreveu o Movimento Imperial Russo (RIM, na sigla em inglês) e três dos seus líderes, Stanislav Vorobiev, Denis Gariev e Nikolaï Trouchtchalov, na lista de “terroristas internacionais”.

Numa teleconferência de imprensa com jornalistas europeus, hoje, Nathan Sales, coordenador da luta antiterrorista no Departamento de Estado norte-americano, explicou que a decisão se deve ao aumento de risco colocado pelos grupos supremacistas brancos, apelando aos governos europeus para se associarem neste combate.

“A luta contra estes movimentos está a ser levada muito a sério pelo Governo dos EUA. E pedimos aos aliados europeus para se associarem neste combate contra organizações que estão a financiar e a treinar elementos para actos terroristas em todo o mundo”, disse Sales na conferência acompanhada pela agência Lusa.

O responsável da luta antiterrorista disse que há provas inequívocas de que o RIM está por detrás de acções de treino paramilitar a neonazis e a supremacistas brancos, tornando este grupo especialmente perigoso, o que justifica as sanções esta semana anunciadas contra os seus líderes.

Nathan Sales disse ainda que o RIM, que tem a sua base na cidade russa de São Petersburgo, está a recrutar elementos para a sua causa na Polónia, na Alemanha e nos países escandinavos, sendo provável que o alcance da sua influência se estenda, no futuro, a outros países europeus.

Sales recordou que, em 2017, os tribunais suecos condenaram três terroristas por ataques realizados após terem recebido formação por elementos do RIM em São Petersburgo e lembrou ainda os ataques de 2019 a duas mesquitas na Nova Zelândia, inspirados nos ideias dos supremacistas brancos.

“Espero que todos os países levem esta ameaça tão a sério como os Estados Unidos”, concluiu, sem querer comentar se as sanções agora aplicadas ao RIM e aos seus líderes foi tema de conversação com o Governo russo.

“Como devem compreender, não posso comentar essa matéria”, disse Sales, acrescentando que não há provas de que o RIM tenha apoio do Kremlin.

“O Presidente russo (Vladimir Putin) tem manifestado a sua vontade de lutar contra todas as formas de terrorismo. Temos de acreditar na sua palavra”, lembrou Sales, mas alertando para a necessidade de uma mão mais forte por parte do Kremlin contra estes movimentos.

“Encorajamos o Governo russo a ter uma posição mais robusta contra este grupo”, disse Sales, voltando a salientar o risco que representa a sua acção na formação de elementos terroristas que atuam em diversas partes do mundo.

Questionado sobre porquê esta iniciativa contra o RIM, o responsável da luta antiterrorista no Departamento de Estado norte-americano explicou que o Presidente dos EUA, Donald Trump, deu instruções explícitas ao Departamento de Estado, como deu ao corpo de investigação policial FBI, para intensificar o combate contra os grupos supremacistas brancos.

Trump tinha sido, por várias vezes, criticado pela sua ambiguidade relativamente a estes grupos supremacistas brancos, nomeadamente por causa das suas declarações, em 2017, quando de um confronto entre grupos supremacistas brancos e grupos antirracistas, em que o Presidente disse haver “pessoas boas em ambos os lados”.

Sales disse que o Presidente norte-americano deu agora “instruções muito claras” para mobilizar “todos os esforços e todos os recursos” na luta contra estes grupos racistas e xenófobos, nomeadamente levantando sanções económicas contra aqueles que operem fora de fronteiras.

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