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Conselho de Saúde defende que limitações de deslocação devem durar mais tempo

Foto Lusa
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O Conselho Nacional de Saúde (CNS) defendeu hoje que as limitações aos direitos de deslocação deverão ser mantidas “mais algum tempo”, sobretudo na população com mais de 60 anos, para impedir “o aumento descontrolado de casos” de covid-19.

O CNS reuniu-se hoje extraordinariamente para analisar a evolução da pandemia covid-19 e a eventual retoma às atividades no país da qual resultou uma apreciação conjunta divulgada à agência Lusa.

Os membros do Conselho Nacional de Saúde consideram que a informação disponível é insuficiente para, na sua qualidade de órgão consultivo do Governo na definição de políticas de saúde, poder propor respostas à pandemia covid-19, designadamente no que respeita à reabertura das escolas.

“As autoridades de saúde responsáveis estarão certamente na posse da melhor informação para a tomada de decisão e o Conselho confia que esta será tomada de modo a maximizar os ganhos em saúde”, afirma no documento, a que a agência Lusa teve acesso.

Relativamente às limitações aos direitos de deslocação, o CNS defende, sem precisar o período, que “a situação presente deve ser continuada com particular atenção à população com mais de 60 anos por mais algum tempo, como forma de impedir o aumento descontrolado do número de casos e assegurando a resposta adequada do sistema de saúde”.

Para os membros do CNS, “é essencial reduzir a incerteza da situação presente”, ajudando nomeadamente a prevenir o seu efeito na saúde mental da população, defendendo que deve ser indicado “logo que possível, e com base em cenários partilhados, um prazo para o potencial alívio das restrições impostas”.

Defendem também ser “fundamental que as instituições preparem seriamente a retoma da atividade com estratégias efetivas de comunicação à população”, bem como o reforço continuado de opções como a telemedicina no Serviço Nacional de Saúde, e o ensino à distância nas escolas públicas em Portugal.

“Deve também cada um dos cidadãos preparar cuidadosamente o seu plano de progressivo retorno à normalidade, considerando as regras e orientações das autoridades de saúde internacionais, nacionais e locais”, refere o documento do Conselho Nacional da Saúde, presidido por Henrique Barros.

O Conselho Nacional de Saúde é um órgão consultivo do Governo, independente, composto por 30 membros, que visa garantir a participação das várias forças científicas, sociais, culturais e económicas, na procura de consensos alargados relativamente à política de saúde.

Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 311 mortes, mais 16 do que na véspera (+5,4%), e 11.730 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 452 em relação a domingo (+4%).

Dos infetados, 1.099 estão internados, 270 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 140 doentes que já recuperaram.

Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até ao final do dia 17 de abril, depois do prolongamento aprovado na quinta-feira na Assembleia da República.

Além disso, o Governo declarou no dia 17 de março o estado de calamidade pública para o concelho de Ovar.

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