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Escolas fechadas para mudar

Independententemente das diretrizes, do discursso politicamente correto, do Ministério da Educação, da Secretaria Regional da Educação ou dos Conselho Executivos, a realidade crua da existência comum, é mais forte que qualquer intenção particular ou social.

Quer estejamos a lidar bem ou não com este isolamento o facto é que estamos a viver uma pandemia mundial e que o nosso quotidiano não podendo ser o mesmo é uma excelente oportunidade para reflectirmos e mudar a forma como vivemos as nossas vidas, dando mais tempo de qualidade ao essêncial.

É uma excelente oportunidade para dar mais sentido ao que estamos a fazer no nosso sistema educativo e responder à verdadeira missão de formar jovens de forma integral, emocional, espiritual e cívica.

Nestas circunstâncias que ninguém desejava, a Escola não pode continuar com as demagogias e falácias que já a caraterizavam.

O ano lectivo com a coerência e os objetivos a que se propunha trabalhar e atingir, finalizaram no dia 13 de Março. As avaliações que foram possiveis ser realizadas até o momento, são aquelas com as quais de forma consistente, honesta, podem ser usadas para finalizar o ano letivo. Transitar ou não os discentes (pelo menos até o nono ano), deverá ser uma decisão nacional por decreto. O facto é que todos e todas nos anos anteriores já transitavam com muita facilidade (infelizmente)!

É evidente que à distância os/professores/as podem e devem dar orientações gerais, com propostas de conhecimento, aprendizagem, e atividades de cultura geral aos discentes, mas não se iludirem que podem controlar o processo de ensino-aprendizagem como o faziam e de forma equatitativa, transparente e democrática.

Vamos ser precisos, pragmáticos e deixemo-nos de mais encenações ou ilusões.

Os nossos jovens estão por conta da sua responsabilidade e das suas famílias. Os que tinham ou têm alguma consciência, irão usar a sua iniciativa, criatividade e autonomia para se instruírem, com os meios que possuem (e são muitos mais os meios que têm, que nós no passado). Haverá outros jovens (muitos) que simplesmente estagnarão por umas boas semanas pois não querem ou nunca quiseram fazer muito pela sua emancipação pessoal e evolução. Em famílias desestruturadas e negligentes sabemos que infelizmente a situação já era grave e agora será pior.

São tempos para aceitarmos nós também a nossa fragilidade, impotência e frustações. Não controlamos nem prevemos quase nada. Parar desta forma para o mundo, para o nosso mundo, cria em nós um foco, um sentido de urgência e uma coragem para desafiar todos os equívocos que antes alimentamos. E quando for para recomeçar, que seja com sabedoria e consistência num novo paradigma cultural, designadamente no sistema educativo, que já se encontrava muito doente.

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