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A recuperação também depende de nós!

Em momento algum, a Região poderá correr riscos ou cometer erros, até para não colocar em causa todo o trabalho e sacrifício coletivo levado a cabo

Os tempos que se vivem na Região, no País e no mundo, exigem responsabilidade, determinação e convergência. Convergência de interesses, de princípios, mas, acima de tudo, de objetivos e metas a superar, em circunstâncias nunca antes vividas por nenhum de nós.

Numa altura em que a luta pela vida tornou-se parte do nosso quotidiano – e em que a saúde coletiva é, de facto e mais do que nunca, a grande e principal prioridade – há, ainda, que acautelar a sobrevivência da nossa economia e o emprego, assim como a proteção das nossas famílias e o apoio a quem mais precisa.

Desafios que, na Região, têm sido enfrentados, desde a primeira hora e de forma positiva, na base de uma atuação rigorosa, responsável e acertada que, todavia, esbarra na impreparação de alguns, na falta de sensibilidade de outros e, ainda, na incapacidade de resposta de quem devia, nesta fase e cumprindo com as suas obrigações, ajudar a Madeira e os Madeirenses.

Sejamos francos: da mesma forma que os Madeirenses e Porto-santenses se uniram em torno do combate a esta pandemia, evitando o seu alastramento, num enorme sacrifício já por diversas vezes enaltecido, é também agora que todos são chamados a intervir e a contribuir, direta e indiretamente, para a recuperação da nossa terra. Para que, aos poucos e poucos, retomemos a normalidade possível e a rotina que, outrora reclamada, passou a ser saudade.

Todos, sem excepção, temos um papel a desempenhar. Assim como também temos a obrigação de exigir ao Estado Português e à União Europeia que apoiem todo este esforço, numa Região que não é nem pode ser portuguesa ou europeia apenas quando dá mais jeito.

Não, não pode. Até agora, fomos exemplo e temos de continuar a ser exemplo, numa luta que não tem cor partidária, nem idade, nem sexo, nem religião nem qualquer outra preferência ou referência. Não, esta é uma luta transversal, que envolve todos os Madeirenses e que só com todos é que será vitória.

E é também por isso que não faz qualquer sentido ver atitudes dissonantes deste cenário. Posturas irredutíveis ou simplesmente mais do mesmo que, neste momento, não passa de menos.

Fará sentido estarmos mais de um mês à espera de respostas aos pedidos que a Região fez ao Governo da República para apoiar a nossa recuperação socioeconómica? Fará sentido que, mais uma vez, os Madeirenses assistam a esta falta de solidariedade que se espera ultrapassada assim que finalizado o Estado de Emergência?

Fará sentido, numa altura em que todo o dinheiro é pouco para fazer face às necessidades básicas da nossa população, que o maior município da Madeira esbanje verbas – que se dizem inexistentes – num espetáculo de fogo-de-artifício para evocar uma celebração que se fez confinada às quatro paredes? E que outras tenham organizado eventos que, em vez do recomendado confinamento social, incitavam a participação cívica?

Fará, por fim, algum sentido que os Partidos políticos da oposição se afirmem ao lado do Governo Regional quando, diariamente, se contradizem na praça pública, ora defendendo a retoma, ora pedindo compassos de espera, ora criticando e ora aplaudindo uma estratégia que, com todas as suas limitações, se tem provado a mais correta?

Não, nada disto faz sentido.

E ainda menos sentido faz perdermos tempo e energias quando temos, pela frente, uma tarefa que é tão árdua, num longo caminho onde muitos imprevistos ainda podem surgir, conforme aliás recentemente surgiram na freguesia de Câmara de Lobos. Foi neste concelho, poderia ter sido noutro qualquer. A dor e a preocupação são comuns, assim como é comum a vontade de superação.

Insisto: é tempo de estarmos unidos e de continuarmos a dar o melhor que temos para o bem de todos.

Temos de saber cuidar de quem mais precisa. Temos de continuar a disponibilizar todos os meios e todas as respostas sociais às famílias e aos nossos cidadãos, ao mesmo tempo que é imperativo reforçar os cuidados de saúde, acautelando, como sempre fizemos, as respostas que vão para além da COVID-19.

Temos de garantir o acesso ao ensino e à educação das nossas crianças e jovens.

Temos de continuar a apoiar os empresários numa retoma que, sendo necessária, terá de ser obrigatoriamente segura e prudente, mantendo, na medida do possível, os postos de trabalho e sabendo acorrer, em simultâneo, a quem perca o seu emprego.

Temos de saber estar próximos, mesmo que distantes, da nossa população e ao lado desta nas suas preocupações e necessidades.

Juntos, temos, acima de tudo, de saber recomeçar.

Em segurança, com responsabilidade e determinação e, sempre, com o mesmo bom senso que até agora tivemos.

Em momento algum, a Região poderá correr riscos ou cometer erros, até para não colocar em causa todo o trabalho e sacrifício coletivo levado a cabo, até agora.

Em primeiro lugar, estará, sempre, a segurança e a salvaguarda da vida e da saúde dos nossos cidadãos.

Termino não sem antes reiterar o meu profundo agradecimento a todos os profissionais que estiveram e continuam na linha da frente deste combate.

Manifesto, também, o meu orgulho de pertencer a uma terra de gente séria, honesta e responsável, que, mais uma vez, demonstrou a resiliência e o sentido de cidadania e de vivência em comunidade que nos faz exemplo no mundo.

Deixo, também, uma palavra de apreço e de esperança à população de Câmara de Lobos, na certeza de que esta é só uma fase prestes a acabar, da qual sairemos ainda mais fortes.

Compete-nos assumir o nosso papel e dar o melhor que temos e somos para vencermos esta pandemia e ajudarmos a nossa Região na fase de recuperação que se segue.

Tal como sempre e, mais uma vez, unidos em nome do que é melhor para todos.

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