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Protestos e saques na Venezuela por falta de comida e gasolina provocam sete feridos

Pelo menos sete pessoas ficaram feridas quarta-feira durante protestos e saques por falta de comida e de gasolina na localidade de Cumanacoa, no estado venezuelano de Sucre, a 460 quilómetros a leste de Caracas.

Os saques a estabelecimentos começaram depois de alguns comerciantes terem subido os preços dos produtos.

“Infelizmente, há sete feridos no Hospital de Cumanacua, em resultado dos distúrbios. Informaram-me que três são homens, dois mulheres e dois adolescentes. As lesões incluem fraturas e supostamente um tiro”, disse o deputado Robert Alcalá aos jornalistas.

O deputado opositor frisou ainda que “há outros feridos que recusam ir ao hospital porque temem ser detidos” pelas autoridades.

Entretanto, vários utilizadores das redes sociais divulgaram, através do Twitter, vídeos dos protestos, nos quais se vê dezenas de cidadãos nas ruas e em que algumas pessoas correm com sacos de produtos.

Também foram divulgadas fotos do interior de alguns dos estabelecimentos comerciais saqueados, entre eles um talho e uma padaria.

Por outro lado, em Valência, Estado de Carabobo (180 quilómetros a oeste de Caracas), centenas de motociclistas cortaram os acessos à Autoestrada Regional do Centro, em Sán Blas e San Diego, em protesto pela falta de gasolina no país.

O protesto, que condicionou o trânsito local, acontece num momento em que a Venezuela está em quarentena social preventiva devido à covid-19, decretada a 16 de março.

Os motociclistas queixam-se que sem gasolina não podem trabalhar e não recebem ingressos para comprar alimentos.

Nos últimos meses, os venezuelanos têm-se queixado de dificuldades para conseguir gasolina, devido à escassez de combustível no país, uma situação que se agravou desde março e que afeta também a cidade de Caracas, tida como protegida pelas autoridades por ser a sede dos poderes públicos.

Em todo o país a população faz fila para abastecer as viaturas junto das estações de serviço, apesar de o regime limitar o abastecimento às forças de segurança e outros organismos prioritários.

Em Caracas, para abastecer as viaturas, as pessoas devem respeitar um cronograma segundo o último número da matrícula, o dia de semana correspondentes e o tipo de profissão do proprietário do carro.

Em média, na capital, são necessárias entre 10 e 12 horas em fila para encher o depósito, com o risco de se ter de regressar no dia seguinte se a gasolina esgotar na bomba correspondente.

No estado de Carabobo há pessoas que fazem filas que chegam a durar cinco dias para poder abastecer as viaturas, o que fez surgir novos negócios provisórios e temporários, como o aluguer de sanitários móveis.

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