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Mais solidariedade e menos politiquice

Vivemos, quer no continente quer na nossa região, muito provavelmente, os tempos mais incertos, do ponto de vista social e económico, desde o 25 de Abril! Mesmo no período do PREC não se tinham instalado tantos receios, dúvidas e incertezas, quer no seio das famílias quer no âmbito empresarial, pois o desenvolvimento do país no seu todo e, em particular, da região era muito inferior ao actual e as expectativas sociais e económicas do povo não eram tão grandes como as que existem na realidade que viemos, devido ao coronavírus! Todos estamos cientes da necessidade de muita solidariedade, por um lado externa, vinda, sobretudo, da união europeia, por outro interna, nomeadamente, da república, para com as regiões autónomas. Todos temos de sentir que quem governa Portugal, não se pode esquecer que os problemas das regiões se agravam ainda mais, quando afectadas por momentos tão complicados e difíceis como os que vivemos, pois é nestas fases que sentimos o peso da insularidade; é nestes momentos que precisamos da compreensão e da solidariedade nacional! Isto leva-nos a questionar, se essa solidariedade tem existido? Infelizmente, temos de responder que não! Vejamos, ainda recentemente se constatou essa ausência de solidariedade na Assembleia da República, quando o PS e PSD se juntaram para recusarem um projecto da autoria do CDS que propunha a suspensão de 2 artigos da Lei de Finanças Regionais (LFRA), permitindo, por um lado, a suspensão dos limites de endividamento para permitir à Região aceder a operações de financiamento para suporte das medidas de apoio às empresas e às famílias madeirenses neste período de crise; por outro, pedia-se uma moratória no pagamento da dívida contraída junto do Estado de 97 milhões de euros, para permitir uma folga nas contas públicas regionais e, assim, promover e dinamizar a economia a curto prazo! O resultado dessa falta de solidariedade por parte dos dois maiores partidos da Assembleia da República PS e PSD (BE e PCP abstiveram-se, mas podiam ter feito melhor) é que, com esse chumbo, apertaram, ainda mais, o garrote ao governo regional e a toda a sociedade madeirense e portosantense! Quando determinados partidos políticos não têm a grandeza nas decisões que tomam e se refugiam na politiquice, temos de retirar as devidas ilações! Os madeirenses vão sentir nos próximos tempos as consequências desta falta de solidariedade nacional e, esperemos, que todos os partidos políticos regionais, sem excepção, condenem este tipo de politiquices! É, também, por via destes comportamentos que se revela a estirpe de alguns líderes políticos nacionais nestes momentos de crise!

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