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Políticos brasileiros lamentam exoneração do ministro da Saúde

Bolsonaro ataca presidente da Câmara dos Deputados

Foto EPA/JOEDSON ALVES
Foto EPA/JOEDSON ALVES

Políticos brasileiros lamentaram na quinta-feira a exoneração do ministro da Saúde, no meio da pandemia da covid-19, e felicitaram Luiz Henrique Mandetta pelo trabalho desenvolvido na resposta.

“Em nome da Câmara dos Deputados, presto homenagem ao trabalho desenvolvido pelo ministro Mandetta à frente da Saúde brasileira nos últimos meses. A sua dedicação, trabalho, competência, capacidade de compreensão do problema, busca por soluções a partir do diálogo com toda a sociedade e com o parlamento trouxeram segurança, especialmente neste período de pandemia”, escreveu na rede social Twitter o presidente da Câmara dos Deputados brasileira, Rodrigo Maia, entretanto atacado pelo presidente do Brasil.

Jair Bolsonaro acusou-o de “péssima atuação” e de uma tentativa de o afastar do poder. “O Brasil não merece o que o senhor Rodrigo Maia está a fazer. O Brasil não merece a péssima atuação dele dentro da Câmara dos Deputados. (...) Não estou a romper com o parlamento. Muito pelo contrário, é a verdade que tem de ser dita”, afirmou Jair Bolsonaro, entrevista ao canal CNN Brasil.

“Parece que a intenção é tirar-me do Governo. Quero crer que esteja equivocado”, acrescentou, ao comentar a aprovação pela Câmara dos Deputados de um projeto de auxílio aos estados face à pandemia do novo coronavírus. Bolsonaro considerou que, com esta proposta, Rodrigo Maia está a conduzir o país para o “caos” e “a enfiar a faca” no Governo Federal.

Contactado pela CNN Brasil, Rodrigo Maia recusou alimentar polémicas, e afirmou que não vai responder a Bolsonaro “no nível que ele quer que responda”.

“O Presidente não vai ter de mim ataques. Ele atira-nos pedras, o parlamento vai atirar flores ao Governo Federal”, afirmou.

Maia defendeu que Bolsonaro usou “um velho truque da política, para mudar de assunto”, mas “o assunto continua a ser a saúde”.

Em causa está a exoneração, por parte de Bolsonaro, do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, após várias semanas de confronto entre ambos em relação ao isolamento como medida para evitar a propagação do novo coronavírus.

Também o presidente do Congresso e do Senado do Brasil, Davi Alcolumbre, enalteceu o trabalho desenvolvido por Mandetta ao longo da pandemia, considerando que a sua saída do Governo “não é positiva”.

“Luiz Henrique Mandetta foi um verdadeiro guerreiro na saúde pública no período em que esteve à frente do Ministério, especialmente no enfrentamento firme à covid-19. O seu trabalho responsável e dedicado foi irreparável. A sua saída não é positiva e será sentida por todos nós”, indicou Alcolumbre, acrescentando esperar que o substituto de Mandetta atue igualmente “de forma vigorosa, de acordo com as melhores técnicas científicas”.

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