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China e Venezuela vão ampliar cooperação para prevenir pandemia

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A China e a Venezuela vão ampliar a cooperação bilateral para prevenir a pandemia de covid-19, após uma conversa entre os presidentes dos dois países, o que já foi criticado pelo chefe de Estado dos EUA, Donald Trump.

O Ministério de Relações Exteriores da Venezuela adiantou, através de um comunicado, que o Presidente da China, xi Jinping, e o seu homólogo venezuelano, Nicolás Maduro, tiveram hoje “uma conversação telefónica frutífera, focada nos esforços conjuntos e na cooperação de ambos os governos” para enfrentar a pandemia.

“A China sente como próprias as dificuldades e os desafios que enfrenta a Venezuela e está na disposição de ampliar a cooperação, nas próximas semanas”, lê-se no comunicado.

O documento explica que Nicolás Maduro felicitou o seu homólogo chinês pela vitória na batalha contra o novo coronavírus, sublinhando que “a Venezuela tem seguido com atenção cada passo, tem aprendido grandes lições com a China e inspirado as suas decisões na experiência” daquele país.

Maduro explicou que também a Venezuela “está numa grande cruzada e avançando na contenção” da pandemia e agradeceu o apoio e solidariedade da China, que enviou, recentemente, materiais médicos e especialistas chineses para partilhar experiências e conhecimentos.

Por seu turno, refere a mesma nota das autoridades de Caracas, Xi Jinping disse acompanhar de perto a evolução das circunstâncias na Venezuela “e que considera que o Governo venezuelano tomou, sem demora, medidas decisivas, com alto senso de responsabilidade, como a declaração de emergência sanitária e a quarentena social total, que têm permitido conter a propagação da pandemia”.

Por outro lado, Maduro apontou que a covid-19 não tem evitado que os EUA “intensifiquem as agressões e ameaças” contra Caracas e Xi Jinging salientou que a China e a Venezuela “são sócios estratégicos integrais”.

Segundo a diplomacia venezuelana, Xi Jinping expressou que não mudará a política bilateral de “solidariedade e cooperação” e que a China “se opõe à ingerência estrangeira nos assuntos internos da Venezuela, que defende o pleno respeito pela soberania e pelo direito à autodeterminação do povo venezuelano, sem aceitar o estabelecimento de pré-condições nem uma imposição por forças externas”.

“Ambos os líderes expressaram o desejo de se reencontrarem em breve (...) e concordaram em reanimar, com maior vigor, a associação estratégica entre a China e a Venezuela, coincidindo na construção de uma Comunidade de Destino Comum e na construção de uma nova sociedade que supere todas as desigualdades do neocolonialismo e do capitalismo selvagem”, concluiu.

A 30 de março último a Venezuela recebeu, por via aérea, o primeiro grupo de médicos especialistas da China e o terceiro carregamento de suprimentos médicos para tratar e combater a pandemia de covid-19 no país.

Entretanto, Donald Trump já disse que não está satisfeito com este acordo entre Pequim e Caracas.

“Não ficaríamos satisfeitos se isso tivesse ocorrido. Não falei com o Presidente da China sobre a Venezuela, sobre esse aspeto da Venezuela, mas se isso tiver ocorrido, não ficarei satisfeito. Não ficarei satisfeito”, afirmou Trump, questionado sobre o assunto numa conferência de imprensa na Casa Branca.

Recentemente, Washington acusou Nicolás Maduro de terrorismo e tráfico de drogas e ofereceu uma recompensa de 15 milhões de dólares (137 milhões de euros) por informação que leve à sua captura.

A Venezuela tem oficialmente 171 casos e nove mortes associadas à infeção pelo novo coronavírus.

O país está desde 13 de março em estado de alerta, o que permite ao executivo decretar “decisões drásticas” para combater a pandemia. O estado de alerta foi decretado por 30 dias, que podem ser prolongados por igual período.

Os voos nacionais e internacionais estão restringidos no país.

Desde 16 de março que os venezuelanos estão em quarentena, estando impedidos de circular livremente entre os 24 estados do país.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já provocou a morte a mais de 100 mil pessoas e infetou mais de 1,6 milhões em 193 países e territórios.

Dos casos de infeção, mais de 335 mil são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

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