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Madeira

Câmara Municipal do Porto Santo quer casa para trazer mais cultura à ilha

Esta manhã reafirmou compromisso com a Porta33 para transformar a antiga Escola da Vila

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Há um compromisso da Câmara Municipal do Porto Santo com o projecto da Porta33 para a ilha, porque acredita que será positivo para os porto-santenses, um apoio que não pode ir além da cedência da antiga escola da Vila devido às dificuldades financeiras do município, revelou o autarca, que espera deixar no final do mandato a Câmara em melhores condições do que a encontrou. Idalino Vasconcelos tinha outra ideia para a Escola da Vila, entretanto desactivada. Ali pretendia criar uma espécie de ‘Casa da Amizade’, um espaço para receber grupos culturais. Esse objectivo não morreu com a cedência do espaço à Porta33, garantiu.

Há muita cultura e muitos artistas no Porto Santo e a parceria com a Porta33 será talvez uma oportunidade para essa riqueza vir ao de cima, afirmou o presidente da Câmara, numa conversa à margem da sessão de abertura do seminário ‘Redesenhar a antiga Escola da Vila do Porto Santo’. O evento decorre desde esta manhã na antiga instituição de ensino.

Idalino Vasconcelos fala dos seus conterrâneos como “um povo resiliente” e diz que a Cultura muitas vezes está escondida dentro das próprias pessoas. “Esta é se calhar a oportunidade para transmitirem o que são a nível cultural, expor, se despir de uma coisa que tinham interiormente e que têm oportunidade para transpor cá para fora.”

Sobre o projecto da Porta para reactivar a escola e fazer dela um pólo dinamizador do Porto Santo, o edil confessa que tinha dúvidas. “Quando vieram apresentar eu não acreditava muito”, confessou. Hoje olha de forma diferente. “Penso que é uma oportunidade que vamos ter, muito importante para o Porto Santo e também para a Região. Eu julgo que as pessoas vão poder participar mais activamente, todos juntos podemos mostrar aquilo que temos dentro de cada pessoa.”

E foi com nostalgia que na abertura falou sobre a importância do edifício para a identidade da ilha, uma escola emblemática não só pelo arquitecto que a desenhou, como porque por ali passaram gerações de habitantes da ilha. “Tanta coisa que se aprendeu nesta escola. Se calhar, hoje o Porto Santo é 50% daquilo que se passou nesta escola”. Toda a gente, acrescentou, aprendeu ali a “amar o Porto Santo, a amar a sua terra”.

Sobre o outro projecto, contou que há muitos grupos com interesse em actuar na ilha, mas o alojamento e alimentação têm sido entraves. O presidente reconheceu que há falta de oferta cultural e esta seria uma forma de colmatar essa lacuna, a criação de um espaço os grupos visitantes se alojarem e actuarem. Falta encontrar uma nova casa para esse fim, não está fácil, confessa. O projecto fica para já em espera, diz.

Jorge Carvalho, secretário regional da Educação também esteve presente na abertura do seminário da Porta33. Desde o lançamento da ideia que o Governo Regional apoiou o projecto e felicitou a organização pela concretização e por voltar a dar importância à escola. Na intervenção, referiu ainda a importância da associação ao Plano Nacional das Artes, que cria as condições para que em territórios menos abonados do ponto de vista artístico, como o caso do Porto Santo, se possam criar pólos de acolhimento e desenvolvimento.

O secretário realçou o conjunto de potencialidades que a ilha tem, “que podem favorecer o desenvolvimento desse projecto”, contemplado pelo Plano Nacional das Artes. “O Porto Santo tem condições para que possam fixar-se aqui artistas, criativos, para que possam daqui criar todo um conjunto de pensamentos, de trabalhos, mas acima de tudo posicionar o Porto Santo nesse conceito criativo, nesse conceito da criação”. Jorge Carvalho acredita que a escola tem condições para ser um pólo agregador dos porto-santenses, de artistas e criadores e que pode ser não só um espaço de desenvolvimento local, mas que pode também “potenciar e projectar o Porto Santo no exterior, seja no espaço nacional ou até europeu”. Um projecto para afirmação no Porto Santo, mas também do Porto Santo.

Maurício Reis, deu a voz pela Porta33 para agradecer a confiança e para revelar que o trabalho que está a ser feito agora só é possível com a transposição dos apoios da Porta no Funchal para a ilha. Disse que a Porta tem vindo ao Porto Santo ainda sem um financiamento específico para reactivar a escola.

Cerca de 70 pessoas participaram esta manhã na abertura dos trabalhos, que decorrem até sábado com várias intervenções.

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