>
Coronavírus País

Primeiro-ministro explica hoje no parlamento planos de prevenção e contenção do coronavírus

Saiba aqui as últimas sobre a epidemia

None

O primeiro-ministro, António Costa, abre hoje o debate quinzenal no parlamento com uma intervenção sobre “a prevenção e contenção da epidemia Covid-19”, na semana em que foram confirmados quatro casos de infeção em Portugal.

O tema vai ser debatido no parlamento na semana em que foram confirmados os primeiros quatro casos de infetados com o novo coronavírus em Portugal, três internados em hospitais no Porto e um no Hospital Curry Cabral.

Na terça-feira, o primeiro-ministro garantiu que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) tem “capacidade de resposta” através da reorganização dos seus serviços para uma eventual “grande expansão” do surto provocado pelo novo coronavírus.

“Temos no conjunto do país 2.000 camas referenciadas como podendo estar reservadas a pessoas que sejam portadoras do coronavírus. Dessas 2.000, temos 300 para cuidados intensivos. O próprio Serviço Nacional de Saúde, na sua esfera hospitalar tem capacidade de expansão através da reorganização dos seus serviços”, disse António Costa, que visitou o Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ), no Porto.

Já no dia anterior, António Costa tinha recomendado “calma e serenidade” aos portugueses e disse confiar no sistema de saúde do país, renovando o apelo para que todos ajudem a prevenir os contágios.

“A principal recomendação que faço é que cada pessoa que tenha tido contacto com alguém que esteja contaminado ou que venha a saber que está contaminado esteja particularmente atento aos sintomas que tem e, em caso de sintomas, recorrer à linha Saúde24”, pediu.

O surto do novo coronavírus surgido na China e que provoca pneumonias virais tornou-se numa epidemia que alastrou a vários países.

As pessoas infetadas podem apresentar sinais e sintomas de infeção respiratória aguda como febre, tosse e dificuldade respiratória. Em casos mais graves pode levar a pneumonia grave com insuficiência respiratória aguda, falência renal e de outros órgãos e eventual morte.

Perante um nível de risco para a saúde pública moderado a elevado, as autoridades portuguesas recomendam que se contacte o SNS24 -- 808 24 24 24 -- no caso de ter sintomas e ter estado em contacto com doentes e numa região afetada.

Um despacho publicado segunda-feira determinou que os serviços e empresas públicos devem preparar no prazo de cinco dias úteis planos de contingência para o surto de Covid-19, privilegiando “o recurso ao teletrabalho”.

Entre as medidas que “devem ser equacionadas” no plano de contingência estão a “redução ou suspensão do período de atendimento, consoante o caso”; a “suspensão de eventos ou iniciativas públicas, realizados quer em locais fechados quer em locais abertos ao público”; e a “suspensão de atividades de formação presencial, dando preferência a formações à distância”.

Num requerimento dirigido no passado dia 11 de fevereiro à ministra da Saúde, o CDS-PP questionou o Governo sobre se o país estaria preparado para conter eventuais casos.

Já no final de janeiro, o PSD tinha pedido esclarecimentos à Direção-Geral da Saúde, propondo uma audição no parlamento “com a urgência possível” para obter esclarecimentos sobre as medidas que estão a ser tomadas para “defender a saúde pública e proteger a saúde dos cidadãos”.

Ainda no plano partidário, o PCP exigiu na terça-feira o reforço das medidas de prevenção no plano de saúde pública articuladas com a criação e meios de resposta clínica.

O secretário-geral comunista, Jerónimo de Sousa, criticou os hospitais privados por não integrarem a “resposta coletiva” ao surto de Covid-19 e defendeu um reforço do Serviço Nacional de Saúde (SNS), que considerou um “porto de abrigo”.

Os deputados do CDS-PP apresentaram um pedido de audição da ministra da Saúde na Assembleia da República, com “caráter de urgência”, para que Marta Temido preste esclarecimentos sobre o plano de contingência para o Covid-19.

Já o PEV, deu entrada de um projeto de resolução para que as autoridades de saúde divulguem mais informação aos cidadão sobre o novo surto e de um projeto de lei para alargar a todos os trabalhadores em quarentena como medida de prevenção do coronavírus a garantia de terem o subsídio de doença pago a 100% do salário.

Pelo BE, a coordenadora nacional, Catarina Martins, defendeu que não se deve entrar em “alarmismos injustificados” e apelou também à serenidade e à responsabilidade.

Eurogrupo discute hoje por teleconferência coordenação de respostas nacionais

Os ministros das Finanças da zona euro vão discutir hoje, por teleconferência, a coordenação das respostas nacionais ao surto de Covid-19, numa reunião alargada aos restantes Estados-membros da UE, convocada pelo presidente do Eurogrupo, Mário Centeno.

De acordo com o anúncio feito por Centeno na passada sexta-feira, através de uma publicação na sua conta oficial na rede social Twitter, o objetivo da teleconferência é “fazer um balanço dos recentes desenvolvimentos económico-financeiros e coordenar as respostas nacionais à propagação do Covid-19”, cujo impacto na economia europeia é ainda imprevisível.

A reunião de hoje tem lugar depois de, na terça-feira, os ministros das Finanças e os bancos centrais do G7, também por teleconferência, terem já discutido a resposta comum ao surto do novo coronavírus, garantindo no final que estão prontos a “utilizar todos os instrumentos apropriados” para reduzir o impacto económico da epidemia e, em particular, a adotar políticas “orçamentais” se tal se revelar necessário.

“Dadas as possíveis consequências do Covid-19 no crescimento global, reafirmamos o nosso compromisso de utilizar todas as ferramentas políticas apropriadas”, asseveraram os sete países mais ricos do planeta, entre os quais as três maiores economias europeias, Alemanha, França e Itália (a que se juntam no G7 os Estados Unidos, Canadá, Japão e Reino Unido).

Na segunda-feira, por ocasião do lançamento da ‘task force’ formada pela Comissão Europeia para responder à epidemia de Covid-19, e da qual faz parte, o comissário europeu da Economia, o italiano Paolo Gentiloni, apelou aos países da UE para que apoiem a economia e pediu “uma resposta orçamental coordenada dos países europeus”, o tema hoje em destaque na teleconferência do Eurogrupo.

Austrália impõe limites à compra de papel higiénico

Supermercados australianos anunciaram hoje limites à compra de papel higiénico depois de uma corrida às lojas ter causado problemas em vários locais, perante o aumento no país de novos casos de Covid-19.

A decisão da cadeia Woolworths, que deverá ser seguida por outros supermercados, surge depois de vídeos circularem nas redes sociais que mostram empurrões e confusão em dois dos supermercados com uma multidão a lutar por pacotes de papel higiénico.

“O Woolworths decidiu hoje aplicar um limite na quantidade de pacotes de papel higiénico que podem ser comprados para garantir que os nossos clientes têm acesso aos produtos”, refere um comunicado.

O pânico causado pelos primeiros casos na Austrália está a levar a debandadas em supermercados, com muitos residentes a reportarem falta de stock de papel higiénico, toalhetes e desinfetante para as mãos.

Uma situação que, no mundo online, saltou para o ridículo com pacotes de papel higiénico, que normalmente custam cerca de 4 euros, à venda na plataforma Gumtree por preços de entre 40 e 800 euros.

A Austrália registou até ao momento 38 casos e uma morte devido ao Covid-19, com 15 casos em Nova Gales do Sul e 10 no estado de Victoria.

Mais mortes na China e na Coreia

A China contabilizou mais 38 mortos devido ao surto do Covid-19, nas últimas 24 horas, fixando o número total de vítimas mortais em 2.981, ao mesmo tempo que detetou 119 novos casos de infeção.

Segundo a Comissão Nacional de Saúde do país, até à meia-noite de quarta-feira (16:00 horas, em Lisboa), o número de infetados na China continental, que exclui Macau e Hong Kong, ascendeu assim aos 80.270.

Foram registados menos seis novos casos e mais sete mortes do que no dia anterior.

Todas as mortes, exceto uma, foram registadas na província de Hubei, onde o surto começou, no final do ano passado. Várias cidades da província estão sob quarentena, com entradas e saídas bloqueadas, desde janeiro passado.

Por seu lado, as autoridades de saúde sul-coreanas anunciaram hoje 516 novos casos de contaminação pelo novo coronavírus, elevando para 5.328 o total de pessoas infetadas no país, onde já morreram 32 pessoas.

Os números divulgados pelo Centro de Controlo e Prevenção de Doenças Contagiosas da Coreia (KCDC) calculam todos os casos que ocorreram desde a meia-noite de segunda-feira até terça-feira.

Durante este período foram registadas quatro novas mortes.

Números actualizados

O surto de Covid-19, que pode causar infeções respiratórias como pneumonia, provocou mais de 3.100 mortos e infetou mais de 90.300 pessoas, em cerca de 70 países e territórios, incluindo quatro em Portugal.

Das pessoas infetadas, cerca de 48 mil recuperaram, segundo autoridades de saúde de vários países.

Além dos mortos na China, onde o surto foi detetado em dezembro, há registo de vítimas mortais no Irão, Itália, Coreia do Sul, Japão, França, Hong Kong, Taiwan, Austrália, Tailândia, Estados Unidos da América, San Marino e Filipinas.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou o surto de Covid-19 como uma emergência de saúde pública internacional de risco “muito elevado”.

Fechar Menu