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Estado de emergência em Angola é uma medida “bastante adequada”

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O responsável da Organização Mundial de Saúde (OMS) em Angola, Javier Aramburu, considera que o estado de emergência declarado pelo país “é uma medida adequada”, realçando que a contenção permite melhorar a preparação para o combate à Covid-19

“É uma medida bastante adequada”, afirmou em entrevista à Lusa a propósito do estado de emergência declarado por Angola, que teve início às 00:00 de sexta-feira e se prolonga até às 23:59 de 11 de abril.

“Eu diria que, em geral, a ‘performance’ de contenção foi bastante boa, Angola foi dos últimos países a apresentar casos e o número de casos foi menor comparando com outros países de Africa”, destacou o medico epidemiologista.

Atualmente, Angola regista cinco casos de infeção pelo novo coronavírus. No que diz respeito às medidas de contenção, assinalou que permitem “melhorar a preparação”, mas lembrou que o problema continua a nível mundial

“É importante reconhecer que a transmissão está presente” pelo que os esforços devem ser “intensificados mais do que nunca”, sublinhou.

Questionado sobre o grau de preparação de Angola para enfrentar a pandemia, Javier Aramburu, afirmou que “nenhum país está totalmente preparado e isso é um desafio para as autoridades”.

Destacou que o grau de esforço que tem sido feito por Angola “é grande”, mas “não basta”, porque é decisivo que se atinjam os principais objetivos.

“Todos estamos envolvidos e estamos prontos para apoiar Angola”, sublinhou.

A OMS tem apoiado o país em diferentes áreas, desde a validação de diagnósticos, à disponibilização de testes, mas também no que diz respeito a normas técnicas de referência e assistência técnica, no âmbito da qual Angola conta já com um especialista de prevenção e controlo de doenças.

Javier Aramburu indicou, por outro lado, que as estratégias da OMS visam essencialmente que o pessoal médico não esteja infetado, mas admite escassez de meios.

“Apesar dos esforços em conseguir obter meios de biossegurança e equipamentos de proteção social para o pessoal médico, a nível global há uma escassez. Não nos podemos esquecer que têm de ser trocados todos os dias, várias vezes, para que o pessoal fique protegido”, lembrou, esperando que a breve prazo seja possível melhorar o abastecimento deste tipo de produtos com apoio das Nações Unidas.

Seria também importante aumentar o número de testes, mas “em geral, os países não têm tido as condições ideais”, adiantou, explicando que se trata de testes moleculares que precisam de equipamentos sofisticados e pessoal bem treinado para o seu manuseamento.

“Os testes da OMS tiveram problemas, inclusivamente logísticos, a nível mundial, devido as restrições impostas as próprias companhias aéreas”, adiantou, referindo que o governo angolano está a estudar outras opções de testes.

O representante do OMS notou ainda que o desenvolvimento tecnológico tem vindo a permitir o uso de “equipamentos mais portáteis” o que será um contributo decisivo para descentralizar e aumentar o número de testes.

“O ponto chave é descentralizar para que não seja só em Luanda e se façam também noutros pontos do país”, concluiu, acrescentando que este é um “aspeto que pode ser melhorado”.

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