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Coronavírus País

Lares devem ter planos de contingência

Foto Miguel Pereira/Global Imagens
Foto Miguel Pereira/Global Imagens

Os utentes do lar de Famalicão sem funcionários devido à covid-19 estão a ser submetidos ao teste do novo vírus, disse hoje a ministra da Saúde, que lembrou que as instituições devem ter planos de contingência para responder à pandemia.

Marta Temido, que falava aos jornalistas, em Lisboa, disse ainda que as autoridades de saúde têm identificadas neste momento quatro instituições que recebem idosos com casos confirmados de infeção com o novo coronavírus, duas na região de Lisboa e Vale do Tejo e duas na região Norte.

Em relação a Vila Nova de Famalicão, realçou que se trata de um “lar privado” onde foram identificados “alguns doentes” com o vírus da covid-19 e “que estão as ser testados esta manhã”.

“Preocupa-nos a circunstância que está a ocorrer concretamente em Famalicão, na medida em que estas instituições, que são instituições privadas ou IPSS, têm de ter um plano contingência”, que “tinham de ter pensado”, seguindo informações divulgadas “há bastantes dias, para não dizer semanas”, disse Marta Temido, dando como exemplo a necessidade de haver equipas a trabalhar em turnos ou de haver recursos humanos “de segunda linha” preparados para a possibilidade de serem acionados.

No entanto, a governante admitiu que esta gestão “é muito difícil”, sublinhando que, muitas vezes, as entidades não têm meios disponíveis.

“O que é importante é que as cadeias de responsabilidade das instituições possam encontrar e agilizar com outras entidades soluções”, vincou.

A ministra da Saúde referiu também que, nestes casos, o procedimento para a realização de testes de despiste vai depender “da melhor solução local”, ou seja, tanto poderá ser o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) a realizar as colheitas, como aconteceu hoje em Famalicão, como poderá ser um operador privado.

“É uma questão de proximidade, facilidade e rapidez dos resultados”, afirmou Marta Temido.

Por sua vez, a Diretora-Geral da Saúde (DGS) lembrou que existe um “elo na comunidade muito importante”, o delegado de saúde, que deve ser chamado a intervir nestas situações, avaliando o risco de exposição dos utentes e dos profissionais e selecionando a melhor “solução científica” de proteção.

Graça Freitas notou que existe ainda a chamada “opção de logística”, que consiste em acionar “todas as forças da comunidade”, como autarquias, proteção civil e paróquias, para que os doentes sejam tratados, na ausência de uma solução estruturada no plano de contingência.

Um lar em Cavalões, Vila Nova de Famalicão, com 33 utentes, está sem funcionários a trabalhar, depois de oito terem testado positivo para o novo coronavírus, disse no sábado à Lusa a proprietária daquele equipamento.

De acordo com a proprietária e gerente da Residência Pratinha, um lar privado, Teresa Pedrosa, os 18 funcionários daquele equipamento estão “ou com teste positivo ou em quarentena”, estando os 33 utentes a ser acompanhados por ela, a diretora técnica, “que está grávida”, e uma enfermeira.

“Queremos ajuda, que reintegrem os utentes ou nos arranjem pessoas para nos ajudar”, afirmou Teresa Pedrosa.

Portugal tem 14 mortes associadas ao vírus da covid-19 confirmadas, mais duas do que no sábado, e 1.600 pessoas infetadas, segundo o boletim de hoje da Direção-Geral da Saúde (DGS).

Estão confirmadas cinco mortes na região Norte, quatro na região Centro, quatro na região de Lisboa e Vale do Tejo e uma no Algarve, revela o boletim epidemiológico divulgado hoje, com dados referentes até às 24:00 de sábado.

De acordo com os dados da DGS, há mais 320 casos confirmados de infeção com o novo coronavírus, que provoca a doença covid-19, do que no sábado.

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