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Angola mantém empenho nas reformas apesar da redução do apoio popular

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A consultora Eurasia considerou hoje que Angola vai manter o empenho nas reformas apesar da redução do apoio popular e que o programa do Fundo Monetário Internacional (FMI) será cumprido, devendo ser adiadas as eleições municipais para 2021.

“O Presidente João Lourenço vai provavelmente manter o empenho nas reformas monetária e orçamental apesar da redução do apoio popular a essas reformas, no seguimento do colapso dos preços do petróleo”, lê-se na nota de análise.

No relatório, enviado aos clientes e a que a Lusa teve acesso, o diretor da consultora, Darias Jonker, escreve que “as eleições locais previstas para este ano devem ser adiadas para 2021, dado que o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), no poder, terá assim mais tempo para responder à queda da economia”.

Por outro lado, acrescenta, “o impopular programa do Fundo Monetário Internacional vai provavelmente continuar nos eixos, mas pode ser ameaçado se Angola não conseguir cumprir os critérios de desempenho sobre a consolidação orçamental e os pagamentos atrasados”.

Sobre a evolução da economia para este ano, a Eurasia estima que a recessão se mantenha este ano “devido ao crescimento baixo do setor não petrolífero em 2019”, o que deverá obrigar as Finanças “a reverem as perspetivas de crescimento, as projeções de receita e despesa doravante, devendo também apresentar um orçamento revisto no princípio de abril”.

Sobre o adiamento das eleições municipais para o próximo ano, Darias Jonker argumenta que “os constrangimentos orçamentais e uma falta de preparação, a nível geral” obrigam ao adiamento, “que beneficia o MPLA, que já estava preocupado com o desempenho económico mesmo antes da queda dos preços do petróleo”.

Os preços baixos, ainda assim, têm a vantagem de “tornar mais fácil a absorção, pelos consumidores, da redução do subsídio à querosene e gás propano, que foram anunciados na semana passada, tornando esta reforma menos polémica que a imposição do IVA”.

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