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Wall Street viveu hoje uma das piores sessões da sua história

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A bolsa nova-iorquina encerrou hoje uma das piores sessões da sua história, com o nervosismo dos investidores com o novo coronavírus a predominar sobre os esforços massivos da Reserva Federal (Fed, na sigla em inglês) para os procurar tranquilizar.

Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average perdeu 12,93%, a pior queda relativa desde a Segunda-Feira Negra de outubro de 1987. Em termos absolutos, os atuais 20.188,52 pontos correspondem ao nível mais baixo desde fevereiro de 2017.

Quedas similares tiveram os outros índices emblemáticos da praça de Nova Iorque, com o tecnológico Nasdaq a recuar 12,32%, para as 6.904,59 unidades, e o alargado S&P500 a desvalorizar 11,98%, para as 2.386,13.

Os investidores cederam ao nervosismo desde o início da sessão, provocando inclusive a suspensão automática das trocas, quando as quedas do S&P500 atingiram os 7%, medida que se destina a permitir aos operadores de mercado reassumirem algum autocontrolo.

De imediato, os índices recuperaram algum terreno, mas voltaram a terrenos acentuadamente negativos, enquanto a Casa Branca dava uma conferência de imprensa sobre a ação do Governo de Donald Trump relacionada com o coronavírus.

O Presidente dos EUA, Donald Trump, apelou aos norte-americanos para evitarem todas as reuniões com mais de 10 pessoas, para procurarem conter a epidemia, que na sua previsão pode acabar nos EUA em julho ou agosto.

O crescimento súbito destes casos de contaminação no mundo e as medidas drásticas de reclusão impostas um pouco por todo o lado perturbam os investidores, que receiam uma recessão económica mundial.

A Fed tem-se esforçado para procurar acalmar os investidores. No domingo à noite anunciou uma nova descida da sua principal taxa de juro diretora para cerca de zero por cento. Os outros bancos centrais também tomaram medidas para evitar que os mercados financeiros fiquem disfuncionais.

A Fed também anunciou durante a sessão de hoje que iria disponibilizar mais 500 mil milhões de dólares (447 mil milhões de euros) no mercado monetário, além de um programa de 700 mil milhões de dólares de compra de ativos, apresentado na véspera.

“Os mercados financeiros estão a ficar completamente cheios de medo, apesar da resposta massiva e coordenada dos bancos centrais”, observou Quincy Krosby, responsável pela estratégia de investimentos na Prudential Financial.

“Está agora claro que a Fed está pronta para fazer o que for preciso. Mas os atores do mercado esperam agora medidas orçamentais que permitam atenuar o choque para os consumidores e as empresas”, estimou esta especialista.

“O problema número um agora é o de saber como conter o vírus”, disse, referindo que “depois é preciso saber quais são as consequências para a economia, o consumidor, os investimentos das empresas”.

Para Quincy Krosbym, “é a esta pirâmide de incertezas que os investidores estão a responder”.

A ansiedade dos investidores foi acentuada hoje pelo anúncio de uma descida em março da atividade industrial na região de Nova Iorque para o seu nível mais baixo desde a crise financeira de 2008, no que é o primeiro sinal quantificado do impacto do novo coronavírus no setor.

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