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Primeiro-Ministro da Costa do Marfim nomeado candidato às presidenciais de outubro

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O primeiro-ministro da Costa do Marfim, Amadou Gon Coulibaly, foi nomeado, na quinta-feira, o candidato do partido do Governo às eleições presidenciais de outubro depois do Presidente Alassane Ouattara ter renunciado à candidatura a um terceiro mandato.

A informação foi avançada hoje nas redes sociais do candidato, do partido e do atual chefe de Estado, Alassane Ouattara, que presidiu à reunião do Conselho Político da União dos Houphouëtistas pela Paz e Democracia (RHDP, na sigla em francês).

“O Conselho Político do RHDP designou-me por unanimidade como candidato do partido às eleições presidenciais de outubro de 2020”, escreveu Amadou Gon Coulibaly na sua conta na rede social Twitter.

Na mesma rede social, Alassane Ouattara saudou a escolha do partido e prometeu apoio à candidatura.

“Designado como candidato do RHDP às eleições presidenciais de 31 de outubro de 2020, sei que Amadou Gon será bem-sucedido porque estaremos unidos e estarei ao seu lado para o acompanhar nesta nobre missão”, escreveu Alassane Ouattara.

A escolha do candidato do partido do Governo surge uma semana depois de Alassane Ouattara ter anunciado que não se candidatará às eleições presidenciais de outubro de 2020.

Com 78 anos, Ouattara está a cumprir o seu segundo mandato, depois de ter sido eleito para Presidente da República em 2010 e reeleito em 2015.

Alassane Ouattara, que promoveu alterações à Constituição em 2016, acredita ser legítima a candidatura a um terceiro mandato, uma leitura contestada pela oposição.

Chefe de Governo desde 2017, Gon Coulibaly, com 61 anos, fez toda a sua carreira política à sombra do Presidente Ouattara, tendo sido secretário-geral da Presidência da República até ser nomeado primeiro-ministro.

Antigo alto funcionário e ministro da Agricultura, formou-se em França, sendo especialista em circuitos financeiros internacionais.

Nas fileiras do RHDP, a escolha de Gon Coulibaly não é consensual com alguns membros do partido, a coberto do anonimato, a questionarem a pertinência da candidatura e a assinalarem a sua falta de carisma.

Gon Coulibaly vem juntar-se ao anúncio de candidatura do antigo líder rebelde e ex-primeiro-ministro Guillaume Soro, que se encontra em Paris por ser alvo de um mandado de detenção na Costa do Marfim.

Guillaume Soro foi informado que sobre si pendia um mandado de detenção quando, em dezembro, se encontrava num voo para a Costa do Marfim após seis meses de ausência no estrangeiro, tendo cancelado o regresso ao país.

A justiça da Costa do Marfim acusa o antigo primeiro-ministro de ter preparado “uma insurreição civil para tomar o poder”.

Num caso separado, foi também acusado de desvio de fundos públicos, ocultação dos fundos desviados e lavagem de dinheiro.

As forças de segurança detiveram familiares e apoiantes de Soro, incluindo cinco deputados, a quem foi levantada a imunidade parlamentar.

Guillaume Soro, antigo aliado do Presidente Alassane Ouattara e atual líder do partido “Générations et Peuples Solidaires” (GPS), entrou em rutura com o chefe de Estado.

Analistas políticos apontam Soro como um sério candidato às presidenciais, sublinhando a sua popularidade entre os jovens.

Com um clima político tenso, as eleições presidenciais realizam-se quando passam 10 anos da crise pós-eleitoral de 2010-2011, que causou 3.000 mortos.

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