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Pandemia coloca Saúde no topo da agenda dos Democratas para as presidenciais americanas

Foto AFP
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O Partido Democrata está a colocar as matérias de Saúde no topo da sua agenda para as eleições presidenciais dos EUA, quando os eleitores estão essencialmente preocupados com os efeitos da pandemia de covid-19.

Joe Biden, o pré-candidato Democrata melhor posicionado para vir a ser escolhido como adversário do recandidato Republicano Donald Trump, tem criticado o Presidente dos EUA por este se recusar a reabrir as inscrições no programa de saúde Obamacare, permitindo que mais norte-americanos tenham seguro médico durante a pandemia.

Os candidatos Democratas ao Congresso também estão a atacar os Republicanos por não estarem a fazer o suficiente para proteger o acesso à cobertura de cuidados médicos, prometendo mais pressão para novas leis no próximo mandato, após as eleições de novembro.

Joe Biden, que tem feito campanha virtualmente a partir de casa, tem reunido com consultores médicos e epidemiologistas, para tentar encontrar propostas alternativas às que são apresentadas pela Casa Branca, no ataque à pandemia.

Ainda antes da pandemia, a questão da Saúde era um dos pontos fortes dos programas eleitorais dos candidatos Democratas, mas o tema ganhou agora mais relevo, no momento em que os eleitores parecem ter pouco interesse em discutir outras matérias, como seja a educação universitária gratuita ou as reformas ambientais.

“Definitivamente, o tema ganhou importância para quem há pouco tempo não lha dava”, reconhece Betsy Dirksen, candidata ao Congresso pelo Partido Democrata, no Estado do Illinois.

“Os cuidados de saúde e o acesso a cuidados de qualidade a preços acessíveis são a questão número um e vão determinar as eleições em novembro”, conclui Dirksen.

Os Democratas esperam poder deixar Donald Trump à defesa em outras matérias, como as matérias económicas, mas à medida que os hospitais lutam por capacidade de resposta aos milhares de vítimas da pandemia, poucos problemas para além da Saúde parecem relevantes.

Trump e o seu vice-Presidente, Mike Pence, tiveram dificuldade em responder, esta semana, quando questionados pelos jornalistas sobre a resistência do Governo para reabrir o programa de inscrições no serviço de saúde conhecido como Obamacare, que oferece cuidados médicos alargados.

Pence disse que as seguradoras privadas estão a recusar cobrar pelos testes ao novo coronavírus e prometeu que o Governo poderá expandir o seu programa de saúde Medicaid, mas sem se comprometer sobre as condições em que isso ocorrerá.

Dias depois, o vice-Presidente, que lidera a equipa que coordena a luta contra a pandemia, disse que o Governo está a ponderar uma ajuda direta aos hospitais que tratam pacientes sem seguro e que estão infetados com o novo coronavírus.

O candidato presidencial Democrata mais bem posicionado para ser escolhido, Joe Biden, reagiu a estas indecisões, acusando o Governo de ser “insensível” e acusando a Casa Branca de nunca ter sido capaz de encontrar uma alternativa ao Obamacare, que foi sempre criticado por Donald Trump.

Guy Cecil, líder de um ‘think tank’ Democrata, diz que as sondagens sempre indicaram que a Saúde era uma área frágil da recandidatura de Trump, mas que a pandemia veio acentuar essa perceção.

“A ideia de que, mesmo no meio de tudo isto, o Presidente ainda insiste em lançar o sistema de saúde no caos é bastante reveladora”, explicou Cecil.

Os Democratas gastaram mais de seis milhões de euros em anúncios televisivos de campanha em vários Estados denunciando as falhas da Casa Branca no setor da Saúde, acusando Trump de ter minimizado os efeitos da pandemia de covid-19.

Kayleigh McEnany, porta-voz da campanha de Trump responde dizendo que o Presidente é “indiscutivelmente a melhor pessoa para liderar o país no setor da Saúde”, apontando várias medidas que permitiram que os norte-americanos tenham acesso a milhares de testes de infeção de forma gratuita e cobertura extensiva para os que sofram de covid-19.

McEnany também argumenta que Trump tem trabalhado para reduzir os custos com Saúde para os norte-americanos, reconhecendo a dificuldade de enfrentar a pandemia quando os Estados Unidos já registaram cerca de 250.000 casos de infeção e mais de seis mil mortes.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de um milhão de pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 54 mil.

Dos casos de infeção, cerca de 200.000 são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

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