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Cerca de mil pessoas manifestaram-se na ilha de Lesbos contra novo campo de migrantes

FOTO EPA
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Cerca de mil pessoas manifestaram-se hoje no porto de Mitilene, na ilha de Lesbos, lideradas por associações comerciais e sindicatos próximos do Partido Comunista contra um novo campo de migrantes, segundo o jornal diário El País.

De acordo com o periódico espanhol, o novo protesto foi organizado pela câmara de comércio local e as associações de comerciantes de Lesbos, que pediram aos manifestantes para paralisarem as actividades e anunciaram que as lojas estarão hoje fechadas, pelo segundo dia consecutivo.

Na quarta-feira, mais de 60 pessoas, a maioria das quais polícias, ficaram feridas em violentos confrontos em Lesbos e Chios, ilhas situadas no mar Egeu, perto da Turquia, onde o Governo grego deu início à construção de novos campos para migrantes.

Os ilhéus apontam problemas de insegurança e de saúde pública para contestar os novos campos migratórios.

A polícia de choque, que esteve na quarta-feira nos protestos, deixou, entretanto, as ilhas.

“A esmagadora maioria das forças antimotim deixou as ilhas na manhã de hoje voltando à Grécia continental”, disse o porta-voz da polícia, Thodoros Chronopoulos.

O protesto de quarta-feira resultou em “43 polícias com ferimentos ligeiros em Lesbos, mas estão fora de perigo”, acrescentou.

O Governo grego divulgou, em novembro último, que pretendia substituir os campos de processamento e de acolhimento (conhecidos como ‘hotspots’) nas ilhas gregas no mar Egeu, actualmente sobrelotados e com condições de vida classificadas como desumanas, por novos centros, que iriam funcionar em regime de detenção.

A ideia de erguer novas estruturas para migrantes nas ilhas suscitou críticas de organizações não-governamentais, dos autarcas e das populações daqueles territórios insulares.

Ao longo dos últimos meses, os ilhéus têm contestado fortemente, com manifestações e paralisações, os planos do Governo grego liderado pelo conservador Kyriakos Mitsotakis, temendo que os novos centros migratórios coloquem um fardo adicional ao funcionamento daquelas comunidades.

Mais de 38.000 requerentes de asilo vivem actualmente sem condições nos atuais campos das ilhas de Lesbos, Samos, Chios, Leros e Kos, planeados originalmente para acolher 6.200 pessoas.

Mas os habitantes das ilhas opõem-se fortemente aos planos de construir novos campos, reclamando que sejam transferidos para a Grécia continental.

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