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A Saúde de Miguel Albuquerque

Há uma Madeira para os ricos e outra para os pobres. Isso também é claro no sector da Saúde, sintoma maior do desnorte, onde a inépcia governativa do PSD se juntou à fome de cargos políticos do CDS

Se houve algum estado de graça para o Governo Regional após eleições, ninguém tem dúvidas que acabou. Somos diariamente confrontados com inúmeros problemas, casos, bloqueios, demissões e inusitadas justificações. A arrogância da atual governação não se compagina com as expetativas dos cidadãos que querem mais transparência, melhor gestão, mais crescimento económico e emprego, e melhores serviços públicos.

O albergue em que se transformou a administração pública regional, onde são os cartões partidários que ditam as regras, consubstanciam-se em 11 Milhões de Euros de encargos salariais anuais com os nomeados políticos do PSD e do CDS. Um recorde imbatível.

A sem vergonha atingiu um nível tal que agora temos os diretores regionais politicamente nomeados a candidatarem-se às vagas da administração pública, conseguindo sempre qualificar-se nos primeiros lugares, entrando nos quadros para a sobrevivência quando vierem “dias de chuva”. O abrigo do vice presidente tem servido de aconchego, mas não são caso único. Basta ler o JORAM dos últimos 12 meses, ver todos os procedimentos concursais que foram abertos para vagas na administração pública regional para diferentes áreas, e os resultados dos mesmos. Execrável.

Há muitos indícios da podridão do regime. O caso da extração ilegal de inertes alimentando uma indústria de milhões, é apenas uma peça numa engrenagem construída ao longo de anos, numa rede de corrupção organizada que obstaculiza o desenvolvimento pleno da Região, e uma verdadeira prosperidade para todos os que aqui vivem, e que querem continuar a viver.

Há uma Madeira para os ricos e outra para os pobres.

Isso também é claro no sector da Saúde, sintoma maior do desnorte, onde a inépcia governativa do PSD se juntou à fome de cargos políticos do CDS. Miguel Albuquerque insultou a classe médica, cujos diretores de serviço e coordenadores de unidade hospitalar apresentaram a sua demissão contra a invasão política ao serviço regional de saúde. Algo tem de mudar.

O que sempre vislumbrámos é que o anterior Governo Regional esteve em constante modo de propaganda eleitoral ao longo de 2018 e 2019, esbanjando rios de dinheiro a tentar contentar tudo e todos, e chegamos a 2020 prontos para um “reality check”: Miguel Albuquerque está esgotado e o PSD esgotou-se.

Felizmente há uma alternativa. O PS Madeira irá iniciar um novo ciclo, terá as suas eleições internas e congresso regional e, estou confiante, Paulo Cafôfo como novo líder, pronto para os desafios futuros que se aproximam. Os nossos princípios mantém-se firmes: abertura à sociedade civil, construção de um programa político de desenvolvimento inovador e arrojado, prioridade à coesão territorial e ao combate às desigualdades sociais. O caminho faz-se caminhando e trabalharemos para merecer a confiança de todas e todos os cidadãos.