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Bolsonaro acaba com operação Lava Jato por não haver corrupção no Governo

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O Presidente do Brasil afirmou, na quarta-feira, que acabou com a operação Lava Jato por já não existir corrupção no Governo para ser investigada.

"É um orgulho, é uma satisfação que eu tenho, dizer a essa imprensa maravilhosa que eu não quero acabar com a Lava Jato. Eu acabei com a Lava Jato porque não tem mais corrupção no Governo. Eu sei que isso não é virtude, é obrigação", afirmou Jair Bolsonaro, numa cerimónia sobre medidas para a aviação civil, realizada no Palácio do Planalto, em Brasília.

"Nós fazemos um Governo de peito aberto. Quando eu indico qualquer pessoa para qualquer local, eu sei que é uma boa pessoa, tendo em vista a quantidade de críticas que ela recebe em grande parte da 'media'", acrescentou o chefe de Estado brasileiro, cuja gestão tem sido marcada por ataques à imprensa.

As declarações de Jair Bolsonaro surgiram após ser criticado por tomar decisões que alegadamente vão contra os defensores da Lava Jato, como a nomeação para o Supremo Tribunal Federal (STF) de Kassio Nunes, juiz que supostamente apoiará os magistrados que habitualmente impõem derrotas àquela que é a maior operação anticorrupção do Brasil.

Durante a campanha eleitoral, em 2018, Bolsonaro teceu vários elogios à Lava Jato e nomeou Sergio Moro, reconhecido internacionalmente por atuar como juiz na operação, como ministro da Justiça.

Contudo, Moro pediu demissão do executivo em abril último, após acusar Bolsonaro de tentar interferir na autonomia da Polícia Federal, situação que é agora investigada pelo próprio STF.

As declarações de Bolsonaro surgem ainda num momento em que se debate o possível fim dos grupos de trabalho da Lava Jato, através de um projeto de unificação de combate à corrupção no país, que promete ser neutro e livre de ideologias.

A conduta da Lava Jato já foi colocada em causa várias vezes, especialmente desde junho do ano passado, num escândalo conhecido como "Vaza Jato".

Na ocasião, o portal The Intercept Brasil e outros meios da comunicação social começaram a divulgar reportagens baseadas em informações obtidas de uma fonte não identificada, de acordo com as quais o ex-ministro da Justiça Sergio Moro terá orientado os procuradores, indicado linhas de investigação e adiantado decisões quando na altura era o magistrado responsável por analisar os processos do caso em primeira instância.

Lançada em 2014, a operação Lava Jato trouxe a público um enorme esquema de corrupção de empresas públicas, como a Petrobras, implicando dezenas de altos responsáveis políticos e económicos. Muitos deles foram detidos e condenados, como o antigo Presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, que se encontra atualmente em liberdade condicional.

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