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Desmoronamento em mina de ouro no Chade matou pelo menos 30 pessoas

FOTO Reuters
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As autoridades do Chade confirmaram hoje que pelo menos 30 pessoas morreram no desmoramento de uma mina de ouro em Kouri Bouguidi, mas o número ainda poderá aumentar, quando há cerca de 60 mineiros desaparecidos.

O número de corpos recuperados ultrapassa os 30, segundo fontes da segurança do Estado citadas pelo jornal chadiano Journal du Tchad, acrescentando que o número pode aumentar nas próximas horas, uma vez ainda ser desconhecido o paradeiro de “cerca de 60 mineiros”.

O trágico acidente ocorreu devido a um deslizamento de terras numa das minas da região de Tibesti (noroeste), considerada rica em reservas de ouro, no Chade, onde milícias, traficantes e garimpeiros procuram, a todo o custo, beneficiar da extracção do metal.

Esta região conturbada é rota de tráfego de várias mercadorias entre o Chade, a Líbia e o Níger, e utilizada também pelos migrantes que tentam entrar na Líbia com intenção de chegar ao Mediterrâneo.

Além disso, vários grupos rebeldes do Chade, com base na Líbia e no Sudão, como a União das Forças de Resistência (UFR), também estão espalhados ao longo desta fronteira norte.

Aliás, foi contra estes grupos que intervieram, em fevereiro passado, - numa operação controversa - caças franceses, a pedido das autoridades do Chade.

O acidente ocorreu na área de Kouri Bougoudi, perto da fronteira com a Líbia, na província de Tibesti, que está sob o estado de emergência, anunciou hoje o ministro da Defesa do Chade, mas sem adiantar o número de mortos ou feridos.

“Uma mina entrou em colapso, não posso dizer exactamente quantas pessoas estão mortas, mas há muitas pessoas a trabalhar nessas minas. Deve haver muitos mortos, isso é certo”, disse à agência de notícias agência France-Presse (AFP), por telefone, o ministro da Defesa e Segurança do Chade, Mahamat Abali Salah.

Um oficial do exército, porém avançou à AFP na altura que havia “cerca de 30 mortos”, segundo testemunhas. Contudo, o exército não está presente nesta área remota do país neste momento.

“Não posso fazer uma avaliação precisa, porque deslocámos tropas esta manhã”, disse o ministro Abali Salah.

A área de Tibesti, ao longo da fronteira com a Líbia, está fora da actuação das forças de segurança de N’Djamena e o solo, em alguns lugares, está cheia de túneis ou minas abertas a partir de estruturas precárias, na qual operam centenas de garimpeiros ilegais para gangues que controlam certas localidades.

Outros garimpeiros estão nas mãos de traficantes.