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Venezuelanos bloqueiam fronteira Colômbia-Equador contra exigência de visto humanitário

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Centenas de venezuelanos bloquearam, na segunda-feira, a ponte internacional Rumichaca, que une a Colômbia e o Equador, em protesto pela decisão das autoridades equatorianas de exigir-lhes um visto para entrarem em território equatoriano.

O bloqueio ocorreu do lado colombiano, no dia em que entrou em vigor uma resolução do Governo de Quito que passou a exigir um visto humanitário especial aos venezuelanos que abandonaram o país, fugindo da crise política, económica e social, e que pretendem entrar no Equador.

Gritando “queremos passar”, os venezuelanos, alguns com crianças aos ombros, impediram a circulação de viaturas do Equador para a Colômbia, perante o olhar de polícias e funcionários dos serviços de migração equatorianos, que os observavam à distância, desde o outro lado da fronteira, enquanto que as forças de segurança colombianas lhes davam espaço e não intervinham.

Alguns venezuelanos explicaram aos jornalistas que não conseguiram chegar à fronteira colombo-equatoriana antes de entrar em vigor a exigência de visto e que pretendiam apenas passar pelo Equador para poderem continuar viagem até outros países, entre eles o Peru.

O “embaixador designado” para representar a oposição venezuelana no Equador, René de Sola, emitiu um comunicado recusando a medida, mas reconhecendo o direito das autoridades equatorianas a fazê-lo e pedindo aos venezuelanos que “acatem” a decisão para permitir uma migração ordenada.

“Apelamos aos venezuelanos que não participem neste tipo de atitudes ou acções (boqueio por protestos), uma vez que, longe de ajudar e solucionar o problema, geram maiores inconvenientes e transtornam o processo que se tem vindo a levar a cabo com o Equador, há meses, com o propósito de dar garantias e suporte à entrada e à permanência legal da comunidade venezuelana no Equador”, lê-se no comunicado.

Entre sábado e domingo, 13.110 venezuelanos cruzaram as fronteiras para o Equador, na tentava de ingressar no país antes da entrada em vigor da resolução do Governo equatoriano.

Entretanto, o fluxo migratório diminuiu a apenas algumas centenas, que estão impedidos de entrar no Equador.

Mais de quatro milhões de venezuelanos abandonaram o país nos últimos anos, fugindo da crise política, económica e social que afeta o país sul-americano. Muitos optaram por radicar-se em países da América Latina.

A crise na Venezuela agravou-se desde Janeiro último, depois de o presidente da Assembleia Nacional, o opositor Juan Guaidó, jurar assumir as funções de presidente interino do país.

Juan Guaidó é reconhecido por mais de 50 países, entre eles Portugal.