Madeira

Cinco regiões ultraperiféricas procuram ideias para potenciar ‘economia azul’

Não faltam oportunidades no mar e os parceiros do projecto comunitário Grow RUP estão reunidos para as apresentar

Reunião entre os parceiros do projecto Grow RUP está a decorrer hoje no Funchal.  Foto Catarina Nunes/SRIAS
Reunião entre os parceiros do projecto Grow RUP está a decorrer hoje no Funchal. Foto Catarina Nunes/SRIAS

Os parceiros do projecto europeu Grow RUP, co-financiado pelo programa Interreg Europe (85%) e junta Madeira, Açores, Canárias, Ilha de Reunião e Martinica, estão reunidos hoje no Funchal para apresentar ideias para a criação de emprego e riqueza com base em projectos ligados ao mar. Uma das principais ideias deixadas é que para que alguém que esteja à procura de trabalho, seja desempregado de longa ou curta duração, seja recém-formado, importa sobretudo ter em conta as especificidades do meio, o que obriga invariavelmente a formação qualificada para, por exemplo, trabalhar em navios de cruzeiro.

Segundo a vogal do Conselho Directivo do Instituto do Emprego da Madeira (IEM), responsável no projecto pela parceira regional, este visa o “crescimento das Regiões Ultraperiféricas da Europa e a melhoria das políticas locais e regionais ao nível do planeamento e estratégias no âmbito das economias verde (ambiente) e azul (mar)”. Numa primeira fase, o projecto passa pela troca de experiências entre as regiões, em que os parceiros foram se visitando mutuamente e apreendendo as boas práticas mútuas, e numa segunda fase traçam um plano de acção que “não é mais do que uma estratégia que vamos implementar no sentido de, dentro daquilo que considerarmos ser importante fazer ao nível da ‘economia verde’ e da ‘economia azul’, podermos ter ideias e onde devemos actuar”, disse Adelaide Borges.

O projecto visa, sobretudo, “a criação de empresas inovadoras no âmbito da ‘economia azul’”, frisando a responsável que para o IEM ao serem fomentadas a criação deste tipo de projectos empresariais, estarão a ser criadas condições para a geração de emprego”, apostando o Instituto na “requalificação de jovens ou desempregados, sobretudo os de longa duração, para estas novas profissões ‘azuis’, algumas já existentes”, explica, mas que carecem de mão-de-obra qualificada ou, até, de novas profissões que possam vir a existir e que as pessoas passem a ser requalificadas. Na medida em que muitos deles são desempregados de longa duração precisamente pelo facto de a profissão que abraçam não ter resposta”.

Há exemplos de profissões que existem em terra, mas que terão de ser transpostas para o mar. A hotelaria e a restauração que são muito procuradas pelos cruzeiros, a animação, os serviços de quarto, os electricistas, etc, todos exigindo formação específica ao nível do mar, que é dada por certas entidades formados certificadas para o efeito. E numa indústria em franco desenvolvimento como é a dos navios de cruzeiro, não faltam oportunidades de trabalho. A verdade é que no IEM não há muitos candidatos a este tipo de trabalhos.

A presidente do IEM, Rosário Serra Alegra, também presente na abertura dos trabalhos, salientou que o objectivo passa por ter este “seja um mercado amplo, este mega-cluster do mar que tem tudo a ver com a Madeira, precisa deste trabalho em rede para tentar identificar quais as profissões de futuro e preparar os nossos jovens e menos jovens para se requalificarem e abraçarem as profissões identificadas”.

O projecto é financiado em cerca de 1,2 milhões de euros, sendo que à Madeira cabe 169 mil euros (15% do Orçamento regional). Os trabalhos foram iniciados em 2017 e com a duração de 54 meses, só termina em 2021.